terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Especial: Retrospectiva Verde 2009


Um novo ano se inicia e, com ele, uma oportunidade de refletir, relembrando alguns fatos – não com nostalgia ou tristeza, mas para que eles nos ajudem a repensar nossas ações. Isso também vale quando o assunto é meio ambiente. Alguns episódios que aconteceram em 2009 foram desanimadores, outros renovaram nossas esperanças, porém o mais importante é que todos nos mostraram que líderes políticos, ativistas, cientistas e pessoas como eu e você continuam trabalhando pelo nosso planeta – e os resultados estão aparecendo.

O Blog do Jogo Limpo selecionou 10 fatos que marcaram o penúltimo ano da década e ajudaram a moldar a forma como se pensará a questão ambiental no ano de 2010.

10. Inovações tecnológicas e ecológicas

A tecnologia se mostrou uma grande aliada do meio ambiente em 2009. Fabricantes de celular retiraram produtos tóxicos da composição de seus produtos e investiram em materiais alternativos, tanto na composição do aparelho quanto da embalagem. Até celular de grama foi inventado. As inovações também incluíram bateria de refrigerante, pen-drive de milho, impressora movida a café...

9. Crise econômica e crise ecológica

2009 começou sem se recuperar completamente da crise que tinha abalado a economia no ano anterior. O alerta dado no início do ano por um grupo de ONGs foi de que não era possível sacrificar o clima em nome da recuperação econômica: pelo contrário, as energias renováveis e os empregos verdes poderiam contribuir para o reaquecimento. O setor privado se destacou por defender o início da uma economia verdadeiramente limpa.

8. Iniciativas ambientais

O Blog do Jogo Limpo mostrou neste ano iniciativas como a Loja Grátis, em que você pode pegar o que quiser sem precisar pagar, a venda de cordas de guitarra pelo meio ambiente, um concurso de pôsteres ecológicos, o Manifesto Lixo Eletrônico, o Blog Action Day, evento que reuniu blogueiros em torno da questão climática, e o Dia Internacional pela Ação Climática. O Projeto Jogo Limpo também realizou diversas ações em 2009: participamos do Sintonia Ecologia, de um plantio coletivo de árvores e de um fórum, tudo com o apoio de diversos parceiros.



7. A força da internet

No ano em que o Twitter virou fenômeno – o Blog do Jogo Limpo até selecionou alguns perfis ecológicos – a rede mundial de computadores provou que está ainda mais influente em nossas vidas. A Web levou mensagens ambientais aos jovens em uma linguagem mais atualizada e de forma mais interativa e impactante, e os uniu em ações que não se restringem ao teclado e mouse, como os flash mobs. A internet também está entrando nas salas de aula. Os blogs estão sendo reconhecidos por estimularem a produção de textos e os debates.

6. Sacolas plásticas em baixa

Seguindo o que China, Inglaterra e algumas cidades dos Estados Unidos já haviam feito, a Austrália começou a banir as sacolas plásticas. No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente e o Wal-Mart lançaram a campanha “Saco é um saco”, para conscientizar os consumidores. O Blog do Jogo Limpo ainda registrou a luta de uma família para mudar seus hábitos e parar com as sacolinhas e acompanhou universitários que estão reutilizando as sacolas para confeccionar vestidos.

5. Campanhas polêmicas

O WWF pediu para que 1 bilhão de pessoas apagassem as luzes por uma hora no dia 28 de março. O Instituto Akatu fez anúncios parodiando as propagandas de varejo, “vendendo” produtos estragados em uma campanha que levou o título “1/3 de tudo o que você compra vai direto para o lixo”. O príncipe Charles contracenou um vídeo com um sapo, chamando a atenção para o desmatamento na floresta tropical. A ONU lançou a meta de plantar 7 bilhões de árvores até o fim do ano (e conseguiu não só cumpri-la, como superá-la). A PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) criou a campanha “Testes em animais partem o coração”. Mas a campanha que mais repercutiu foi a da SOS Mata Atlântica (a propósito, você já fez xixi no banho hoje?). A ousadia das campanhas só não superou a polêmica que causaram.



4. A posse de Barack Obama e a nova postura dos Estados Unidos

O novo presidente norte-americano chegou ao poder com a promessa de mudar a postura do seu antecessor, George W. Bush, garantindo que apoiaria o desenvolvimento de energias limpas e as negociações contra as mudanças climáticas. Nos Estados Unidos, leis foram aprovadas para limitar as emissões de gases. Mas, em Copenhague, foi criticado por exigir que, se os EUA fossem entrar no jogo, seria com as suas próprias regras.

3. A pré-candidatura de Marina Silva

Depois de renunciar ao Ministério do Meio Ambiente, no ano passado, Marina Silva aceitou o convite do Partido Verde (PV) para trocar de legenda e desligou-se do Partido dos Trabalhadores (PT), ao qual era vinculada há cerca de trinta anos. Recentemente, anunciou que vai se candidatar a presidente nas próximas eleições. Sua história de vida comove: a senadora, nascida nos seringais do Acre, era analfabeta aos 16 anos, pobre e foi desenganada quatro vezes pelos médicos. Mas ela vai conseguir superar Dilma e Serra, os dois oponentes mais fortes, mostrando que pode lidar em outras áreas que não sejam a ambiental? Só 2010 vai revelar.

2. Governo brasileiro na berlinda

O poder público teve que tomar decisões importantes este ano. No início de 2009, o governo anunciou, sob críticas, mais investimentos em termelétricas, apesar do potencial de energias renováveis como a eólica. Com o petróleo na mira dos ambientalistas, também foi preciso equilibrar o entusiasmo com a descoberta dos poços de pré-sal. Já o Congresso chamou a atenção do país ao aprovar a Medida Provisória 458, acusada de beneficiar grileiros, mas cujos artigos mais polêmicos foram vetados pelo presidente Lula. Por outro lado, finalmente foi aprovada a nova política climática nacional, prevendo redução de cerca de 40% nas emissões projetadas de gases do efeito estufa até 2020 (fonte: Terra).



1. Copenhague

A décima quinta Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP15) foi realizada em Copenhague sob os olhares atentos de empresas, governos, ONGs e indivíduos de todo o mundo. Entre as propostas que foram levadas para debate, estavam a fixação de metas para reduzir emissões até 2020 e a criação de mecanismos como um fundo climático em que os países ricos ajudassem os pobres a diminuir sua poluição. Esperava-se um sucessor para o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. Em meio a denúncias de manipulação de dados e muitos impasses, o que saiu foi um acordo político, que não foi aprovado com o consenso de todos os países, nem tem força de lei.

Esperamos que 2009 tenha deixado boas lições para todos nós, e que o próximo ano seja repleto de sucesso, consciência, atitude e sustentabilidade. Feliz 2010!

Felipe Saldanha

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Um jeito diferente de desejar "Feliz Ano Novo"




O fim do ano está chegando. Que tal enviar uma mensagem diferente para seus amigos e parentes? O cartunista Fábio Yabu criou cartões de Natal e Ano Novo com temas ecológicos e belas ilustrações no estilo infantil. Você pode ver todos os modelos aqui e baixá-los individualmente ou na versão em PDF, para impressão (em papel reciclado, de preferência!).


Leia também: dicas para um Natal mais sustentável

Via Comunicadores.

sábado, 19 de dezembro de 2009

COP15: conheça os detalhes do acordo


Do G1:

A cúpula da ONU sobre mudança climática (COP15), realizada em Copenhague, chegou a um acordo de mínimos neste sábado (19), apesar da oposição de vários países e após um intenso debate que se prolongou durante toda a noite.

A Presidência da conferência anunciou que havia "tomado nota do acordo de Copenhague de 18 de dezembro de 2009", que incluirá uma lista dos países contrários ao texto.

O acordo de Copenhague contra o aquecimento climático, validado neste sábado, é uma etapa essencial para um futuro pacto, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. A ONU recorreu a esta fórmula para tornar operacional o acordo, que foi duramente criticado como ilegítimo por países como Venezuela, Nicarágua, Cuba, Bolívia e Sudão. (...)

O texto estava sendo negociado desde quinta-feira (17) e foi fechado na sexta-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em reunião com vários chefes de Estado e finalmente com China, Índia e África do Sul, sob mediação do Brasil.

Trata-se de um acordo de mínimos, após o fracasso de 12 dias de negociações em Copenhague para conseguir um texto ambicioso que suceda o Protocolo de Kyoto, o único tratado que obriga 37 nações industrializadas e a União Europeia a reduzir suas emissões de dióxido de carbono (CO2).

O acordo, de caráter não vinculativo, está muito longe das expectativas geradas em torno da maior reunião sobre mudança climática da história, e não determina objetivos de redução de gases do efeito estufa. (...)

O texto do acordo também estabelece que os países deverão providenciar "informações nacionais" sobre de que forma estão combatendo o aquecimento global, através de "consultas internacionais e análises feitas sob padrões claramente definidos".

O acordo final costurado de última hora pelos líderes mundiais foi considerado o "pior da história", segundo o delegado do Sudão, Lumumba Stanislas Dia-Ping, cujo país preside o G77, que reúne os 130 países em desenvolvimento.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

COP15: é o fim?


Final da Conferência do Clima é frustrante

Do Jornal Nacional:

Era para ter saído uma declaração forte, mas na manhã desta sexta-feira, na reunião plenária que começou com duas horas de atraso, o presidente Lula pediu a palavra e desabafou. "Se a gente não conseguiu fazer até agora esse documento, eu não sei se algum anjo ou algum sábio descerá nesse plenário e irá colocar na nossa cabeça a inteligência que nos faltou até a hora de agora, não sei”, disse Lula.

Falando de improviso, o presidente Lula relembrou que os países que enriqueceram emitindo gases que provocam o efeito estufa têm mais responsabilidades.

Mas que para fechar um acordo, o Brasil estaria disposto a fazer uma concessão. "O que nós precisamos, e vou dizer a público uma coisa que eu não disse ainda no meu país, não disse à minha bancada e não disse ao meu Congresso: se for necessário fazer um sacrifício a mais, o Brasil está disposto a colocar dinheiro também para ajudar os outros países”. (...)

Em seguida, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ocupou a mesma tribuna. E fez um discurso que pode marcar o fim da lua de mel dele com a opinião pública mundial.

Os americanos, que apresentam a menor proposta de redução de gases entre os ricos, e que são os maiores emissores, junto com a China, não cederam um milímetro.

Obama disse que os americanos vão ajudar a financiar a adaptação dos pobres, mas se, e apenas se, todas as condições impostas por eles forem seguidas.

COP-15 é "sem precedentes", mas insuficiente, diz Obama

Da France Presse via Folha Online:
O presidente americano, Barack Obama, classificou o encontro com líderes mundiais como "sem precedentes", mas admitiu que ainda não é suficiente para resolver o problema.

Passadas mais de quatro horas do horário oficial de encerramento da Conferência do Clima da ONU em Copenhague, e depois de uma exaustiva rodada de negociações entre os governantes mais poderosos do planeta, Obama declarou que um consenso havia sido finalmente alcançado -- mas reconheceu o fato de ser limitado e não vinculante [com força de lei].

Obama disse à imprensa que um acordo vinculante será "muito duro" e levará tempo para ser negociado, observando que o progresso alcançado na cúpula do clima em Copenhague "não foi suficiente".

A conversação incluiu um compromisso de tomar uma decisão sobre as metas de redução das emissões até 2020 até o mês de janeiro, segundo informações de um diplomata europeu.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

COP15: momentos finais


Entenda os impasses na conferência do clima de Copenhague

Da Folha Online (adaptado):

Os impasses para a conferência climática da ONU em Copenhague, que termina nesta sexta-feira (18), giram especialmente em torno do jogo de empurra de responsabilidades entre países ricos e pobres.

O objetivo principal da conferência é fechar um acordo para suceder o Protocolo de Kyoto. Os países em desenvolvimento querem sua prorrogação, que obriga os países ricos a reduzir a emissão de gases-estufa até 2012 e, ao mesmo tempo, elaborar outro acordo para as nações em desenvolvimento. Os Estados Unidos, que não assinaram o acordo, dizem que ele é injusto por não obrigar a metas vinculantes países em desenvolvimento que já são grandes emissores de gases-estufa.

Outra das questões-chave é o financiamento para políticas de mitigação das emissões para os países pobres.

A chefe da delegação brasileira e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, declarou nesta quarta-feira (16) que os países ricos tentam aprovar uma proposta que fixa a participação dos países emergentes no fundo em 20% do total dos recursos e a das nações desenvolvidas, em 25%, que seriam responsabilidades muito parecidas.

"Somos a favor de compromissos comuns, mas diferenciados. Esses países [ricos] têm 200 anos de desenvolvimento e de acúmulo de riqueza, por isso não concordamos", afirmou Dilma.

A situação chegou a tal nível de dificuldade que a presidente da conferência, Connie Hedegaard, decidiu renunciar nesta quarta-feira, dando lugar ao primeiro-ministro dinamarquês.

Lula e Sarkozy convocam reunião para salvar acordo da COP-15

Do Estadão Online (adaptado):
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy, presidente da França, convocaram uma reunião de emergência nesta quinta-feira, 17, para viabilizar um acordo na reunião sobre mudança climática das Nações Unidas, em Copenhague.

Sarkozy, que horas antes surpreendera ao defender o Protocolo de Kyoto em seu discurso de abertura, afirmou que a chanceler da Alemanha, Ângela Merkel, e o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, já teriam concordado com a extensão do acordo.

Faltando menos de 24 horas para o encerramento do encontro, Lula admitiu que o entendimento a ser alcançado em Copenhague não será "o mais perfeito", mas disse que chegou a hora de "construir o acordo que é possível construir".

Na sua coletiva de quinta-feira, Lula voltou a afastar a possibilidade de um novo acordo se afastar de Kyoto.

"Eu penso que não há possibilidade de haver retrocesso, porque todo mundo sabe que embora as responsabilidades sejam de todos, elas têm que ser diferenciadas pelo tempo histórico da emissão de gases do efeito estufa", disse Lula.

"Nisso já há consenso. Para nós é importante a manutenção do princípio do Protocolo de Kyoto. Precisamos de metas claras e objetivas."

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

COP15: o Brasil e o fundo do clima


A senadora Marina Silva (PV-AC) considera que os países em desenvolvimento podem colaborar com recursos para o fundo internacional de adaptação climática, que deverá ajudar principalmente os países mais pobres e vulneráveis. Ela lembrou que o Brasil já até emprestou dinheiro ao Fundo Monetário Internacional (FMI), porém não espera que a ajuda dos países em desenvolvimento seja equivalente à dos desenvolvidos. Segundo a senadora, deve-se obedecer sempre ao princípio da "proporcionalidade".

Para Marina, a contribuição de um país emergente como o Brasil pode causar "constrangimento ético" para que os países desenvolvidos, que ainda não se posicionaram da forma como os pobres gostariam, "ponham mais" recursos no fundo. "O Brasil, que já emprestou recursos ao FMI, pode entrar com US$ 1 bilhão. Pode ser mais, eu não vou ficar triste com isso."

No domingo (13), a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, já havia dito que o país não deveria dar dinheiro a um fundo para ajudar países pobres a combaterem e se adaptarem às mudanças climáticas porque isso é papel dos mais ricos, que têm responsabilidade histórica no aquecimento global. “US$ 1 bilhão não faz nem ‘cosquinha’. Os valores estão em torno de US$120 bilhões, US$ 150 bilhões. Tem valores de US$ 500 bilhões (sobre a mesa de negociações)”, afirmou Dilma, que chefia a delegação do Brasil na conferência.

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB) também defendeu que o Brasil entre com recursos. "O Brasil devia contribuir, porque se o Brasil se dispõe a fazer, e é um país em desenvolvimento, sem dúvida nenhuma vai ampliar a pressão política sobre os países desenvolvidos, que são os que fizeram a grande poluição do mundo. São os principais responsáveis pelo efeito estufa. Vai ser uma pressão a eles, para que compareçam com recursos substanciais", disse Serra. Fonte: G1 [1, 2, 3]

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

COP15: tensão nas negociações


Delegações da África abandonam negociações temporariamente

Os delegados de países africanos, apoiados por outros países em desenvolvimento, abandonaram durante a manhã desta segunda-feira (14) os grupos de negociação da COP15 para protestar contra uma suposta tentativa dos países desenvolvidos de acabar com o Protocolo de Kyoto. As negociações já foram retomadas. Pa Ousman Jarju, da delegação de Gâmbia, afirmou que os anfitriões dinamarqueses asseguraram que as demandas das nações africanas vão receber mais atenção.

A ação foi um protesto contra as nações ricas, que estariam prestes a abandonar os princípios essenciais da Convenção do Clima e do Protocolo de Kyoto, pelas quais os países industrializados têm mais responsabilidade pelo aquecimento global, e portanto devem assumir mais obrigações. Fonte: G1 [1, 2]

Negociadores tentam acabar com impasses antes da chegada dos líderes

Ministros tentavam romper um impasse nas negociações climáticas globais na terça-feira, três dias antes do momento em que se pretende que líderes mundiais fechem um novo pacto visando evitar mudanças climáticas perigosas.

Os organizadores das negociações em Copenhague disseram que os ministros do Meio Ambiente vão trabalhar até tarde da noite da terça-feira (15) para tentar superar as grandes divergências, dizendo que a parte principal do trabalho precisa ser concluída antes da quinta-feira, quando cerca de 130 líderes mundiais se juntarão formalmente à conferência que ocorre entre 7 e 18 de dezembro.

A presidente dinamarquesa das negociações, Connie Hedegaard, disse esperar que o prazo apertado possa acrescentar urgência às negociações e ajudar a romper o impasse.

"É exatamente como crianças na escola", compara ela. "Se elas têm um prazo muito longo para entregar seus exercícios, elas vão esperar até o último momento."

O clima de desconfiança é um dos principais entraves para o avanço das negociações, admitiu o embaixador Sérgio Serra, um dos negociadores brasileiros na COP-15. Ele acredita que as tratativas já deveriam estar menos nebulosas. "É normal que a negociação seja assim. O preocupante é que esteja tão nebuloso a esta altura", ressaltou. Fonte: Folha Online [1, 2]

ONU pede que líderes evitem fracasso da COP-15

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu hoje aos 192 países reunidos na Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), em Copenhague, que alcancem um acordo "ambicioso" que impeça o fracasso da conferência.

"Estamos aqui para ter êxito e não para fracassar", disse em entrevista coletiva, após participar da inauguração do segmento de alto nível da cúpula climática.

Ban afirmou que é "razoavelmente otimista" sobre o curso da cúpula nos próximos três dias e destacou que o novo acordo deve ser "justo, amplo, equitativo e operacional de forma imediata". Fonte: Folha Online

sábado, 12 de dezembro de 2009

COP15: começa a sair o acordo


Na foto: manifestações em Copenhague, realizadas hoje (12), exibem cartazes com frases como "não existe um planeta B". Fonte: Greenpeace.

O primeiro rascunho para o acordo final a ser fechado na COP15 foi aprovado ontem (11). O documento ainda tem uma série de lacunas no que se refere a valores, por falta de consenso. No entanto, ele prevê uma diminuição na emissão de gases poluentes que pode chegar a 90% até 2050 e sugere uma meta intermediária de redução para 2020. O texto também afirma que a temperatura global não pode passar de um limite que ainda não foi definido: ou 2°C, como recomenda a comunidade científica, ou 1,5°C.

O fato de não mencionar compromissos obrigatórios foi alvo de críticas. Erwin Jackson, do Instituto Australiano do Clima, comenta: “Seria um enorme retrocesso se isto for aprovado. Não existe um instrumento juridicamente vinculativo [com força de lei] que cobrariam os EUA ou os grandes países em desenvolvimento, como China e Índia”. Segundo Marcelo Leite, colunista da Folha da São Paulo, o esperado para a COP15 é "apenas um compromisso político, e nenhum país ou grupo de países, como a União Europeia, poderá ser cobrado juridicamente pelo cumprimento disso".

Apesar destes problemas e dos questionamentos dos Estados Unidos, que exigem que os países em desenvolvimento tenham um papel maior na redução de emissões, o texto marca a aproximação de posições na conferência. O objetivo é facilitar o trabalho dos ministros de Meio Ambiente e dos chefes de Estado de todo o mundo, que chegarão a Copenhague nos próximos dias para finalizar as negociações.

Thays Prado, do blog Planeta na COP15, listou os detalhes mais importantes do rascunho (a relação está aqui). Alguns dos principais pontos são:

- O texto prevê mitigação [abrandamento dos efeitos do aquecimento global], adaptação, transferência de tecnologia, financiamento e investimentos em infraestrutura de uma maneira integrada

- A redução de emissões globais dos países deve chegar a 50%, 85% ou 90% até 2050 (o valor também não foi definido) e continuar caindo

- Países em desenvolvimento devem priorizar seu desenvolvimento social e econômico e a erradicação da pobreza, mas seu desenvolvimento deve ocorrer com baixas emissões de carbono

- Países desenvolvidos devem prover recursos financeiros adequados e tecnologias para implementar ações de adaptação nos países em desenvolvimento

- As circunstâncias de cada país e as responsabilidades históricas serão levadas em conta

Fontes: Folha Online, AmbienteBrasil e G1.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

I Fórum de Educomunicação, Meio Ambiente e Cidadania em Uberlândia

Nos últimos tempos, a comunicação e a educação ficaram cada vez mais próximas. A relação entre as duas áreas constitui uma forma eficiente de levar conhecimento e informação à sociedade. Enquanto isso, o tema meio ambiente ganhou importância e passou a fazer parte do nosso cotidiano. Neste contexto, entra em cena a educomunicação, para "transformar cada habitante do país em defensor ativo da natureza" (Ismar Soares).

No dia 11 de dezembro, sexta-feira, será realizado o I Fórum de Educomunicação, Meio Ambiente e Cidadania. O evento é uma iniciativa da UFU - Universidade Federal de Uberlândia com o apoio da OPA - Organização para a Proteção Ambiental e da Prefeitura de Uberlândia. Entre os convidados estão o Prof. Ismar Soares, doutor pela USP e reconhecido pesquisador na área de educomunicação, e Lílian Lindoso, graduada em Jornalismo e especialista em Comunicação e Meio Ambiente.

A ação marca o lançamento do Programa de Extensão Meios, que visa dar continuidade ao Projeto Jogo Limpo e promover ações que despertem a consciência crítica dos indíviduos, como um curso de capacitação para multiplicadores e um programa de TV.

Informações e inscrições - Visite a página oficial do evento


terça-feira, 8 de dezembro de 2009

COP15: segundo dia



Dinamarca propõe acordo polêmico

Do G1:

Reportagem publicada nesta terça-feira (8) no site do jornal britânico ‘The Guardian’ afirma que o vazamento de um “esboço dinamarquês” para um acordo que poderia ser celebrado na Convenção do Clima das Nações Unidas enfureceu representantes das nações em desenvolvimento. O título da matéria é alarmante: “Conferência do Clima de Copenhague em confusão após vazamento de ‘texto dinamarquês’”.

Segundo o ‘Guardian’, o tal texto demonstraria a intenção de grandes potências de assinar semana que vem um acordo que concede mais poder às nações ricas e confere às Nações Unidas um papel secundário na luta contra o aquecimento global.

Ainda segundo o jornal, a intenção das delegações de países desenvolvidos seria assegurar um limite maior de emissões de dióxido de carbono (CO2) per capita do que os fixados para nações em desenvolvimento.

A floresta e o aquecimento global

Do G1 e da Folha Online:
O desmatamento da Amazônia, que este ano teve uma baixa histórica, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), deve crescer novamente quando os preços das commodities voltarem a subir, afirma Daniel Nepstad, pesquisador do Woods Hole Research Center, nos EUA. “É um dragão adormecido”, diz.

Nepstad vê como inevitável que a pressão sobre floresta ressurja quando a economia global retomar o crescimento. “Então, o desmatamento pode voltar a explodir”. Ele cita como exemplo projeções de que a demanda por ração animal – que provém, em parte, da soja – na China deve crescer mais de 100% nos próximos dez anos e que o Brasil deve ser um dos maiores fornecedores de matéria-prima para esse alimento.

Às vésperas de viajar para Copenhague, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu conceder ajuda financeira a proprietários rurais dispostos a cumprir o limite de desmatamento fixado em lei. Inicialmente, o registro da chamada reserva legal e a preservação de florestas contarão com financiamento estimado em R$ 100 milhões.

O desmatamento responde por mais de metade das emissões brasileiras de gás carbônico, estimadas pelo governo em 2,2 bilhões de toneladas de CO2 equivalente em 2005. Sua redução forma o grosso da oferta brasileira de corte de emissões.

Saiba mais: De Buenos Aires a Copenhague

COP15: O que está sendo discutido em Copenhague?



Redução de emissões: o principal é conseguir compromissos de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa até 2020, um passo importante no objetivo para 2050 de reduzir em 50% a emissão anual de dióxido de carbono (CO2).

Financiamento: a meta é angariar fundos para ajudar os países desenvolvidos a aplicarem um modelo econômico com menos emissões de CO2, além de medidas de adaptação às inevitáveis consequências das mudanças climáticas.

Status legal: apesar dos dois anos de reuniões, ainda não se chegou a nenhuma conclusão sobre o problema do status legal do futuro acordo.

Os países em desenvolvimento querem que o Protocolo de Kyoto de 1997 seja estendido além de seu vencimento, em 2012. Entretanto, os Estados Unidos abandonaram este protocolo, em parte porque ele só é juridicamente vinculante para os países desenvolvidos, deixando de fora os emergentes e em desenvolvimento.

Desmatamento: os países com vastas florestas tropicais pressionam por um acordo que os ajude financeiramente a preservar estes "pulmões" do planeta contra as emissões de CO2.

Fonte: Folha Online

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

COP15: primeiro dia



E começa a conferência

Do G1:

A Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP 15) começou na manhã desta segunda-feira (7) em clima de esperança - pelo menos da parte dos organizadores - em relação a um acordo global de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. O evento foi aberto oficialmente pelo presidente da COP 14, o polonês Maciej Nowicki.

Na cerimônia de abertura, o secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática, Yvo de Boer, destacou que o “tempo de declarações formais acabou”. “Chegou o momento de darmos as mãos”, prosseguiu o representante da ONU.

Ele lembrou aos participantes que lotavam o plenário principal do Bella Center, espaço de convenções onde acontece a conferência, que as delegações dos 193 países terão apenas seis dias de reuniões técnicas para entregar resultados aos seus ministros (no caso da delegação do Brasil, quem está à frente é a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff).

Os ministros, então, terão dois dias para negociar até a chegada dos líderes nacionais que, se as esperanças se confirmarem, podem fechar um acordo climático global até 18 de dezembro.

E-mails vazados e a "conspiração"

Da Folha Online:
O líder do painel de cientistas climáticos da ONU [Rajendra Pachauri] defendeu enfaticamente nesta segunda-feira (7) os indícios de que o ser humano está aquecendo o planeta, depois de críticos afirmarem que o vazamento de e-mails de uma universidade britânica desqualificou as evidências.

Pachauri é o líder do Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas da ONU, que disse em 2007 ter pelo menos 90% de certeza de que os seres humanos são responsáveis pelo aquecimento global.

Os emails, alguns escritos há 13 anos, foram roubados por piratas virtuais e disseminados com rapidez pela internet. Céticos dizem que as mensagens mostram que os cientistas manipularam as evidências sobre o clima.

EUA dá o exemplo

Da Folha Online:
A Casa Branca aprovou um projeto da Agência de Proteção Ambiental dos EUA que autoriza o órgão a estipular regras que regulem as emissões de gases do efeito estufa no país, disse uma autoridade do governo norte-americano nesta segunda-feira (7).

O projeto aprovado pela Casa Branca permite que a agência ambiental (Epa, na sigla em inglês) determine regras mesmo que o Congresso não aprove uma legislação para cortar as emissões dos gases causadores do aquecimento global.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Brasileiros são os mais preocupados com o aquecimento global


Do UOL via AmbienteBrasil:

Uma pesquisa indicou que quatro em cada cinco brasileiros acham que é preciso proteger o meio ambiente ainda que à custa de uma fração do crescimento econômico e da perda de empregos.

A pesquisa, que ouviu 26 mil pessoas em 25 países – 800 delas no Brasil –, procurou medir a atitude de cidadãos em diversas partes do mundo em relação ao combate ao aquecimento global.

Os brasileiros foram os que mais se disseram preocupados com a questão: 90% deles consideraram o aquecimento global como "um problema muito sério".

Argentinos, franceses e sul-coreanos seguiram o ranking, com percentuais de 69%, 68% e 68%, respectivamente.

O fim da lista é ocupado por chineses e americanos, os dois países que lideram o ranking das emissões absolutas de gases que causam o efeito estufa.

Apenas 30% dos chineses disseram considerar o aquecimento global como um problema "muito sério", com 44% de russos e americanos concordando com essa afirmação.

A pesquisa serviu para o instituto Pew Research Center, com sede em Washington, chamar a atenção para o encontro crucial das Nações Unidas que começará na capital dinamarquesa, Copenhague, na semana que vem.
Foto: Ian McKinnell/Getty Images

sábado, 28 de novembro de 2009

Do Rio a Copenhague: entenda a história antes da COP15



De 3 a 14 de junho de 1992, chefes de Estado e representantes de 172 governos de todo o mundo se encontraram no Rio de Janeiro. Os antecedentes para a reunião não eram muito animadores. Dois anos antes, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), ligado à ONU, em seu primeiro relatório de síntese, apontou que havia um risco real de que as atividades humanas - especialmente o consumo de carvão, óleo e gás - poderiam afetar o ambiente terrestre de um modo até hoje nunca visto e potencialmente muito sério. A mensagem era "o futuro da Terra está em perigo".

A conferência do Rio - que foi oficialmente denominada de Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, mas ficou mais conhecida como "Eco-92" - foi organizada com base neste alerta. Ela resultou no primeiro acordo internacional para limitar a emissão de gases do efeito estufa (GEE): a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CQNUMC).

A convenção recebe o nome de "convenção quadro" porque não representa a última palavra na luta contra o aquecimento global. É afirmado no tratado que haverá revisões e expansões ao longo do tempo. Ele não estabelece metas obrigatórias, mas pretende fazer com que os países membros reduzam suas emissões com o objetivo de prevenir interferências perigosas do homem no sistema climático da Terra. O objetivo era que as emissões de GEE em 2000 não superassem as de 1990.

Mais de 150 países assinaram a convenção climática na conferência do Rio e em 21 de março de 1994 a CQNUMC entrou em vigor após ser ratificada ou aprovada por pelo menos 50 países. Assim, ela se tornou obrigatória.

Durante os anos 1990, ficou claro que a Convenção, sozinha, não mudaria a tendência de emissões cada vez maiores de GEE. Por isso, em 1997, a CQNUMC foi expandida para incluir o Protocolo de Kyoto, que pela primeira vez estabeleceu metas obrigatórias para a redução de emissões em 37 países industrializados até 2012. Um grupo de nações que assinou a convenção quadro não ratificou o protocolo - entre eles, os Estados Unidos.

O Protocolo de Kyoto diz respeito às emissões entre 2008 a 2012. Na 13ª conferência anual dos países membros (COP13) em Bali, na Indonésia, decidiu-se trabalhar por uma continuação para os anos seguintes. O plano definido na época visa alcançar um novo acordo, que será negociado na 15ª conferência anual, em Copenhague, a partir do dia 7 de dezembro.

Créditos: Ministério do Clima e da Energia da Dinamarca/Site oficial da COP15
Traduzido dos originais em inglês e espanhol por Felipe Saldanha

Foto: montagem sobre logo da COP15

domingo, 22 de novembro de 2009

Flash mob na praia: uma ação pelo clima

(clique para ampliar)

Iniciativa criativa e interessante para sensibilizar mais pessoas sobre o problema das mudanças climáticas. Boa dica para quem mora ou está em qualquer cidade do litoral. Um evento parecido aconteceu na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), no mês de setembro, organizada pelo TicTacTicTac.

Flash mobs são aglomerações instantâneas de pessoas em um local público, para realizar determinada ação inusitada, previamente combinada, após o que as pessoas se dispersam tão rapidamente quanto se reuniram. A expressão geralmente se aplica a reuniões organizadas através de e-mails ou dos meios de comunicação social. (Fonte: Wikipédia)

Via Monique Futscher, do Mimirabolantes, e Cristiane Iannacconi, do Ciclicca.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Videocast #1 - Moda e Ecologia

No primeiro videocast do Blog do Jogo Limpo você vai descobrir o que moda tem a ver com ecologia e conferir os vestidos criativos e sustentáveis que os estudantes de Uberlândia estão elaborando!



Saiba mais: Ecologia (re)inventando moda

sábado, 14 de novembro de 2009

Como a mente compreende as mudanças climáticas?


Um guia baseado em pesquisas tenta estreitar a distância entre informação e ação.

Uma enquete recente revela: o número de americanos que acredita no fato de a atividade humana mudar o clima da Terra está diminuindo - de 47%, caiu para 36% - mesmo com dados científicos de peso que continuam crescendo rapidamente. Uma nova publicação investiga o que se passa na mente humana para causar essa contradição, e o que os comunicadores da ciência climática podem fazer a respeito disso.

O guia de 43 páginas, The Psychology of Climate Change Communication (A Psicologia da Comunicação nas Mudanças Climáticas, ainda sem tradução para o português), lançado no dia 4 de novembro pelo Centro de Pesquisas sobre Decisões Ambientais (CRED, na sigla em inglês) da Universidade de Columbia, analisa como as pessoas processam as informações e decidem agir, ou não. Usando pesquisas sobre as reações de grupos tão diferentes quanto fazendeiros africanos e eleitores conservadores dos Estados Unidos, ele oferece ideias para que cientistas, educadores, jornalistas e outros possam efetivamente se conectar com o resto do mundo.

Para os não-cientistas, o clima pode parecer ora confuso, ora opressivo e ora politicamente tendencioso, dizem as autoras Debika Shome e Sabine Marx. O guia mostra como o conhecimento científico em evolução pode ser transmitido sem enfrentar obstáculos previsíveis. Usando oito princípios básicos, ele identifica táticas que cientistas e profissionais podem utilizar para aumentar as chances de as pessoas entenderem o que eles estão dizendo e, quando apropriado, se mobilizarem. Isso inclui focar questões complexas de maneira que as pessoas possam relacionar a sua própria realidade. (Nova-iorquinos podem ser mais sensíveis à ideia de que a subida do nível do mar ameaça inundar seus metrôs, do que à ideia de que isso também afeta grande parte de Bangladesh.) As autoras dizem que cientistas e jornalistas também precisam fazer um trabalho melhor de escolha ao focar o que merece atenção ao invés de se aterem a incertezas menores - por exemplo, concentrar-se no forte consenso de que o nível do mar crescerá no século 21, em vez de confundir leitores com discordâncias sobre quanto exatamente esse nível crescerá.

“Ganhar o apoio do público para as políticas sobre mudanças climáticas e encorajar um comportamento ambientalmente responsável dependem de um entendimento claro de como as pessoas processam informação e tomam decisões”, dizem Shome e Marx. “As ciências sociais fornecem uma parte essencial deste quebra-cabeça”.

Cópias impressas gratuitas e uma versão online interativa do guia estão disponíveis no site do CRED.

Ilustração: Ian Webster (retirada da versão online do guia)

Texto original em inglês enviado por: Prof. Renzo Taddei/Universidade Federal do Rio de Janeiro e Profa. Mirna Tonus/Universidade Federal de Uberlândia

Tradução livre e adaptação: Felipe Saldanha e Paula Arantes

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Copenhague: o Brasil vai dar o exemplo?


A vinte e seis dias da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o Brasil ainda não definiu uma proposta clara para apresentar em Copenhague. O presidente Lula continua criticando a postura das nações mais ricas de pressionar o governo brasileiro, alegando que os "compromissos" precisam ser "proporcionais à responsabilidade de cada país". Segundo ele, só a postura de garantir a diminuição do desmatamento em 80% até 2020, assumida recentemente, já é “um megacompromisso”.

A falta de definição de metas para reduzir a emissão de gases pode fazer com que o país tenha menos chances de ser visto, no encontro, como um exemplo para o mundo - mesmo que a ministra Dilma tenha assegurado que o Brasil terá uma posição clara, mas, ao que tudo indica, baseada apenas em compromissos voluntários.

O que a imprensa está noticiando sobre o assunto?

Valor OnLine*: Acordo sobre clima depende do comparecimento em Copenhague, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que está otimista em relação à possibilidade de um bom acordo sobre o clima durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em dezembro, em Copenhague (Dinamarca). Ele destacou, entretanto, que tudo vai depender da presença de líderes mundiais no encontro.

Em seu programa semanal Café com o Presidente, Lula voltou a acusar os países ricos de terem "maior responsabilidade" em assuntos climáticos, uma vez que vivenciam um processo de industrialização mais longo.

"Esses países emitiram muito mais gás de efeito estufa do que os países que estão se desenvolvendo no século 20 e no século 21. Portanto, é importante que os compromissos sejam de todos, mas que sejam proporcionais à responsabilidade de cada país", disse.

Agência Brasil**: Compromisso do Brasil de redução de emissão de gases estufa pode chegar a 40%, diz Dilma
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rouseff, afirmou na segunda-feira (9) que o Brasil poderá assumir um compromisso voluntário em Copenhague, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, de redução de cerca de 40% das emissões de gases de efeito estufa até 2020. (...)

Segundo a ministra, o compromisso voluntário de reduções ainda não foi fechado porque o governo “não pode achar”. “Nós somos o governo só vamos assumir o que é possível. Falta fazer avaliações consistentes porque temos que provar o que pode ser feito e ter políticas para fazê-lo. Não temos metas a cumprir, temos compromissos voluntários”, explicou a ministra. (...)

Para a ministra, o crescimento econômico não vai prejudicar os compromissos de redução de emissão de gases poluentes. “Estamos fazendo tudo para assegurar que uma coisa não comprometa a outra”, disse.

Estadão Online**: Lula: desmatamento 80% menor já é "megacompromisso"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou que o Brasil não deve apresentar uma meta ambiciosa para diminuir a emissão de gases causadores do efeito estufa na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), que será realizada em Copenhague, no início de dezembro. "Eu já assumi no dia 23 de setembro na ONU um compromisso, que é um megacompromisso, de diminuir o desmatamento em 80% até 2020", afirmou Lula, para uma plateia de mais de 800 pessoas que assistia ao 12º Congresso do PCdoB, na capital paulista.

A adoção de uma meta para a redução de emissões é um assunto que divide o governo. Enquanto o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, defende a meta dos 40%, outros, como a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, almejam um número que não prejudique o potencial de crescimento econômico do País. Segundo o governo, a diminuição do desmatamento em 80% até 2020 já diminuiria as emissões em pelo menos 20%.

* Via G1. ** Via AmbienteBrasil.

Foto: Dieter Spannknebel/Getty Images

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ecologia (re)inventando moda

Da colaboradora Paula Arantes


“Há muitos estudantes de design criando, mas há poucos espaços onde mostrar e vender esses produtos”, disse Josefina Heiremans, sócia de uma agência de gestão de desenho, sobre jovens designers que estão apostando na reciclagem e em materiais naturais para desenvolver seus roupas e acessórios.

Esse namoro da moda com a ecologia já existe há algum tempo e essa parceria promete ser duradoura. O Brasil já se destaca como produtor de matéria-prima para algumas das grifes verdes mais consumidas no exterior – como os tênis Veja, ícones fashion entre os europeus antenados com a preservação do planeta. Associações de seringueiros da Amazônia extraem a borracha para o solado, cooperativas do Nordeste produzem algodão orgânico (sem transgênicos e fertilizantes químicos, nem pesticidas), e a montagem dos calçados gera empregos na periferia de Porto Alegre.

É nesse sentido que alguns alunos do 4º período do curso de Design de Moda da Unitri produziram looks que deram o que falar. Entre as criações, que mostram todo o talento desses futuros profissionais, estão modelos com sacolinhas plásticas, jornais e retalhos de tecidos que foram expostos no 5º Fórum de Moda com Ideias que aconteceu em Uberlândia, no Center Convention, entre os dias 21 e 22 de outubro.

[O Blog do Jogo Limpo esteve lá cobrindo o evento! Aguarde nosso videocast!]

Segundo Sônia Medeiros, aluna e uma das organizadoras do evento, a ideia era reaproveitar os materiais que eles já tinham na faculdade. Sobre um vestido feito por ela com as sacolas plásticas, a estudante contou que foi uma forma de protesto para tocar na consciência das pessoas, incentivando a não utilização dessas sacolas. Cada vez mais lugares ao redor do mundo proíbem sua distribuição. China, Inglaterra, Austrália e algumas cidades dos Estados Unidos possuem planos para erradicá-las ou para cobrar por sua distribuição.

[Leia também: cobertura especial - por que as sacolinhas plásticas são um problema?]

Sônia disse ainda que “a roupa que você veste é a mensagem que você passa”, ou seja, através do que cada pessoa veste é possível identificar quais são suas preferências e ideias ou que mensagem essae indivíduo deseja passar.

Outro aluno, João Martins, que criou sua peça com jornal, falou sobre a importância dessa experiência, por ser uma forma de conscientização e de contribuir com o planeta, diante de assuntos tão em pauta como meio ambiente, ecologia e sustentabilidade. “É uma experiência que vai ficar para sempre”, revelou João.

De acordo com a professora de Pesquisa e Criação, Clerce Barbosa, as criações surgem com base em temas escolhidos pelos próprios alunos. Este ano, dentro das ideias de tendências para o Inverno 2010, nasceu a proposta da reciclagem. Segundo Clerce, várias disciplinas já trabalham com reaproveitamento de materiais. Para ela, a geração atual já está bem mais informada sobre esses temas tão polêmicos.

Pelo mundo, vemos também outros designers preocupados com esses assuntos. A designer argentina Laura Novik, analista de tendência de moda, disse que sustentável não é apenas sinônimo de reutilização e reciclagem. “Também é sustentável permitir que em seu produto trabalhe comunidades emergentes e conseguir que seu produto permita que determinadas tradições artesanais persistam neste mundo contemporâneo. Tudo isso é sustentabilidade: cultural, social, ambiental”, disse Novik, que vive no Chile há seis anos. E completa dizendo que “o design é uma ferramenta muito poderosa, que pode transformar consciências. A ideia é abrir muitas portas a partir de diferentes pontos”.

Com informações da Envolverde/Terramérica

Foto: same_same/Flickr

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Top Blog: emoção!


Estamos devendo este post há um bom tempo. Mas, nas últimas semanas, nossa rotina ficou um pouco apertada e precisávamos de tempo para registrar, de forma apropriada, todas as coisas boas que aconteceram recentemente.

Embora o selinho já esteja aí do lado desde setembro, queremos deixar registrados para os visitantes e apoiadores do Blog do Jogo Limpo nossos sentimentos de profunda emoção e gratidão por termos conseguido o TOP 1 no Prêmio Top Blog 2009, categoria Sustentabilidade, grupo Pessoal, Júri Acadêmico.

Publicamos um texto sobre a premiação no portal do Projeto Jogo Limpo, falando um pouco da experiência de manter um blog e de como foi a premiação:

O reconhecimento motiva os voluntários a continuar seu trabalho. Visitar sites nacionais e internacionais, conversar com outros blogueiros e trocar ideias em redes sociais fazem parte da busca diária por temas relevantes para a redação dos posts. Os colaboradores também enriquecem o conteúdo com fotos, vídeos e indicações para outros sites e blogs, além de compartilhar o material com a blogosfera. (...)

O Top Blog foi criado em março de 2009 e, além do prêmio, também é constituído por um portal de conteúdo e uma ferramenta de indexação de blogs com foco no conteúdo participativo produzido em língua portuguesa. O portal conta ainda com 20 colunistas que publicam textos sobre suas especialidades.
Mas o mais surpreendente foi a repercussão que o Blog do Jogo Limpo ganhou depois desse reconhecimento. A Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) fez uma reportagem comigo sobre o blog e o projeto. O texto saiu na página inicial da UFU (nossos acessos dobraram nos dias em que o link ficou no ar) e foi divulgado para a imprensa.

Com isso, também aparecemos na TV Universitária, nos jornais Correio de Uberlândia e Gazeta de Uberlândia e no site Página Cultural. E o apresentador Hugueney Bisneto, também aqui da cidade, me convidou para uma entrevista sobre o Jogo Limpo. Ele também vai dar o apoio para a causa através de seu blog pessoal, o HBlog.

Não há palavras para descrever a nossa felicidade. Portanto, a melhor maneira de expressá-lo é agradecendo as pessoas que permitiram com que chegássemos até aqui, em especial a equipe da OPA - Organização para a Proteção Ambiental, o pessoal da UFU (e do curso de Comunicação Social - Jornalismo, o novo parceiro do Projeto Jogo Limpo), nossos amigos blogueiros e você, visitante, que está sempre convidado a se juntar a nós para debater, discutir e agir!

Felipe Saldanha

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

De Buenos Aires a Copenhague


Faltam menos de 2 meses para Conferência em Copenhague e as mudanças climáticas estão no centro das discussões políticas. Sendo as florestas uma ferramenta na luta contra o aquecimento global, as discussões nos painéis do XIII Congresso Mundial Florestal foram de interesse especial neste ano. Durante os cinco dias de evento, que aconteceu em Buenos Aires, entre 18 e 23 de outubro, foram abordados vários temas, entre eles:


  • Florestas são recursos que devem ser utilizados com planejamento e responsabilidade;

  • As florestas abrigam em torno de 2/3 da biodiversidade terrestre, geram bens preciosos como água, geram alimento e renda e também representam a identidade de mais de milhões de pessoas;

  • Toda e qualquer decisão tomada para preservar as florestas deve levar em consideração a melhoria da vida das pessoas que sobrevivem da floresta;

  • Florestas urbanas e ao redor das cidades são fundamentais para auxiliar na adaptação às mudanças climáticas;

  • É necessário trabalhar em coordenação com os governos, organizações e comunidades nativas para que haja maior comunicação entre todos esses setores.

A utilização sustentável e consciente das florestas não significa que temos que renunciar o desenvolvimento, pelo contrário, representa uma ótima oportunidade de gerar empregos e novos serviços.

Além dessas ideias discutidas durante o congresso, as autoridades do evento elaboraram uma lista com as conclusões oficiais e um documento com recomendações para os líderes mundiais que será levado para Copenhague.

Fonte: Blog Ambiente Brasil
Foto: Ana Cotta/Flickr

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Enfrentando a ilha de lixo



Você já recebeu por e-mail um texto sobre uma grande “sopa” de lixo localizada no Oceano Pacífico? Uma expedição está investigando para entender melhor do que se trata. Em agosto, o time do Projeto Kaisei, que reúne cientistas, ambientalistas e marinheiros, partiu para a chamada "Mancha de Lixo do Pacífico Norte", que fica entre a Califórnia, nos Estados Unidos, e o Japão. O redemoinho só foi descoberto nos anos 1990. Por estar em águas internacionais, nenhum governo foi pressionado para resolver o problema.

A “ilha de lixo” é formada por pedaços de plástico vindos das áreas costeiras dos continentes, que se juntam nas águas do Pacífico Norte levados pelas correntes e pelo vento. Ao longo do tempo, o material se desintegra em minúsculas partículas – não visualizáveis pelos satélites, dificultando a localização precisa da ilha – que são ingeridas por peixes pequenos, que por sua vez são ingeridos por peixes maiores, contaminando toda a cadeia alimentar. As partículas agem ainda como “esponjas”, absorvendo substâncias tóxicas e metais pesados.

O Projeto Kaisei é uma organização sem fins lucrativos que visa aumentar o entendimento sobre os resíduos marinhos, estudar seu impacto no ambiente oceânico e descobrir soluções para prevenção e limpeza. Kaisei significa “planeta oceano” em japonês. A intenção é encontrar a logística necessária para fazer uma operação de limpeza bem-sucedida do local. A expedição, que durou um mês, recolheu amostras da sujeira para análise e estudo. Em 2010, os navios do projeto devem voltar para testar um sistema de recolhimento de resíduos.

Veja o vídeo da ação (em inglês):



Fontes: BBC Brasil, Verde Dentro e site do Projeto Kassei.
Foto: GOOD.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Sábado: dia de lutar pelo clima



Mais uma ação está movimentando os mundos real e virtual. No próximo sábado, dia 24 de outubro, será comemorado o Dia Internacional pela Ação Climática. Eventos em todo o mundo serão fotografados e registrados em um material a ser divulgado para líderes internacionais. Vale lembrar que a data também marca a contagem regressiva de seis semanas para a reunião de Copenhague.

Do site dos organizadores (350.org):

Os fatos científicos são agora inegáveis: a crise climática é o maior desafio que a civilização enfrenta. Juntos, chamaremos a atenção do mundo para que se concentre numa solução.

Unirmo-nos em torno dos 350, significa definir uma ambiciosa meta para onde devemos dirigir o nosso planeta. Dia 24 de Outubro, vamos nos reunir em lugares emblemáticos do mundo inteiro – desde o Monte Kilimanjaro à Grande Barreira de Coral, passando pela sua cidade. Vamos nos certificar de que o mundo ouve o nosso apelo. O movimento está só no começo. E precisamos da sua ajuda.

[Leia também no Blog do Jogo Limpo: Por que 350 é um dos números mais importantes do planeta?]

O plano é o seguinte: estamos pedindo a você, e às pessoas de todos os países do mundo, que organize uma ação na sua comunidade no dia 24 de Outubro. Não há limites – imagine passeios de bicicleta, marchas, concertos, caminhadas, festivais, plantação de árvores, protestos, e mais. Imagine a sua ação ligando-se com milhares de outras ações no mundo inteiro. Imagine o mundo acordando. Se conseguirmos, a mensagem do dia 24 de Outubro será poderosa: o mundo precisa das soluções climáticas que a ciência e a justiça exigem.
Acesse o site da campanha.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Blog Action Day: contra as mudanças climáticas e as sacolinhas


Hoje é o Blog Action Day, iniciativa realizada anualmente no dia 15 de outubro, quando blogueiros de todo o mundo postam textos sobre um mesmo tema. Este ano, o assunto escolhido foi mudanças climáticas. Selecionamos alguns dos nossos melhores posts com detalhes sobre o aquecimento global e como você pode ajudar a combatê-lo:

Contagem regressiva
Terremotos, tsunamis, erupções: culpa do aquecimento global?
Empresas querem entrar para a luta climática
Telhados brancos contra o aquecimento global
Jeitos criativos de falar sobre o clima
À beira da III Guerra Mundial?
Todos os posts sobre o assunto


Um dia sem sacolinha

Os blogueiros Thiago, do Minas Ambiente, Dilze, do Coisas de Sampa, e Diêgo, do E esse tal Meio Ambiente?, lançaram o desafio de um dia sem sacolas plásticas e fizeram uma campanha para combatê-las. Os dados são impactantes:
O consumo de sacos plásticos no mundo atinge números assustadores: 500 bilhões por ano, isto quer dizer 1,5 bilhão por dia ou 1 milhão de sacos plásticos por minuto. Imagine essa quantidade vagando pelo planeta. Os dados são da Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo, que afirma ainda que no Brasil são produzidos anualmente 210 mil toneladas de filme plástico, com o qual são fabricadas as sacolas. As estimativas revelam que os brasileiros jogam fora, todos os meses, um bilhão delas, o que dá uma média de 66 unidades para cada consumidor. (Fonte: texto da campanha)
E aqui estão alguns posts do nosso blog sobre o uso das sacolinhas:

Sacolinhas X caixas de papelão: o confronto!
Sacolas plásticas em alta?
Sacolas plásticas continuam em baixa
Sacolas plásticas em baixa
Um dia sem sacolas!...


Em tempo: parabéns aos professores e educadores ambientais pelo seu dia.

domingo, 11 de outubro de 2009

Contagem regressiva


A reunião de Copenhague está ficando mais próxima. Será chegada a oportunidade para a comunidade internacional lançar um acordo mais eficiente que o Protocolo de Kyoto (o documento expira em 2012) e finalmente conseguir colocar um freio no aumento das emissões de gases causadores do Efeito Estufa? A julgar pela última reunião dos líderes mundiais, em Bangcoc, o cenário não é muito animador.

Na quarta-feira (7), Yvo de Boer, o mais alto representante da ONU para mudanças climáticas, parecia animado. Disse que “esta é a primeira vez em dois anos que vemos este tipo de debate construtivo sobre como fazer funcionar concretamente o futuro acordo mundial sobre as mudanças climáticas”. O clima era bem diferente quando admitiu, na sexta-feira (9), uma “contínua falta de clareza” em questões-chave para um possível acordo.

Um dos principais problemas enfrentados é a questão da quantia necessária para bancar a adaptação das economias à nova realidade, especialmente a dos países em desenvolvimento – estimada pelo Banco Mundial entre 75 e 100 bilhões de dólares até 2050. O México propõe a criação de um fundo para estimular as ações necessárias.

"Não podemos continuar a perder tempo desperdiçando mandatos políticos", disse a porta-voz da ONG WWF, Kim Carstensen. "Minha preocupação é que, sem clareza política dos países em temas como finanças e metas de redução de emissões, o próximo encontro em Barcelona será mais uma rodada de discursos sem os avanços políticos que necessitamos."

Já o conselheiro da Oxfam sobre o clima, Antonio Hill, afirmou que a falta de “vontade política dos líderes dos países ricos” terá um efeito mais nocivo sobre as populações dos países pobres, mais vulneráveis aos efeitos da mudança climática. [1]
A situação se complicou ainda mais quando um documento foi apresentado pelos países ricos e considerado pelo G-77 (grupo de nações do Terceiro Mundo) uma “sabotagem” contra o Protocolo de Kyoto. Além disso, os países árabes, grandes produtores de petróleo, estão pouco dispostos a contribuir com as negociações.

Outro ponto delicado é sobre a divisão de responsabilidades. O negociador americano, Jonathan Pershing, exigiu que países como China, Brasil e Índia também adotassem cortes semelhantes aos dos países mais ricos. Mas essas nações alegam que isso poderia prejudicar seu próprio desenvolvimento. A posição é reiterada pelo Brasil:
Lula insistiu que, para combater de maneira eficiente a mudança climática, cada país deverá assumir em Copenhague compromissos correspondentes a suas responsabilidades nos níveis de emissões globais.

"O bom senso e a maturidade devem prevalecer na cabeça dos dirigentes. É preciso levar em conta que a China não pode pagar o mesmo preço que a Inglaterra, que começou a industrialização 200 anos atrás." [2]
Copenhague está chegando e 2012 também. É de extrema urgência importância haver progressos significativos até lá. Do contrário, não é só o Protocolo que pode ter um fim.

Com informações da Veja.com e do Estadão. Fontes:

1) A meses de Copenhague, reunião sobre clima termina dividida

2) Lula diz que Brasil não pode ter meta de desmatamento zero

Foto: moonfire8/SXC

sábado, 3 de outubro de 2009

O menino do boné verde


O Projeto Jogo Limpo acaba de ganhar um presente: o livro “O menino do boné verde”, escrito por Rozane Pais, com ilustrações de Guilherme Cavalcanti. O sorteio do exemplar, autografado pela escritora, foi feito pelo blog Vivo Verde, da Daiane Santana, em parceria com o blog Mimirabolantes, da Monique Futscher.

O livro, voltado para crianças, conta a história de um menino que conversa com plantas e animais e precisa fazer alguma coisa para ajudá-los. Nós nos inscrevemos na promoção com o objetivo de utilizá-lo em nossas atividades de comunicação e educação socioambiental.

Gostamos muito desta interação “off-line”. Obrigado a Daiane e a Monique, parabéns pela iniciativa e que venham novas promoções! Elas são uma excelente forma de disseminar os ideais de sustentabilidade que todos nós tanto defendemos, seja na internet ou fora dela.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Sacolinhas X caixas de papelão: o confronto!


Quem acompanha notícias ambientais conhece os perigos para o meio ambiente causados pelas sacolinhas plásticas. O consumo mundial é de um milhão por minuto. Deste volume, a reciclagem chega a apenas 0,6%. Na natureza, o modelo tradicional leva aproximadamente 400 anos para se decompor. (Saiba mais)

Na minha casa, este assunto já rendeu muita polêmica. Meus pais são consumidores conscientes, mas ainda não tinham conseguido abandonar as famigeradas sacolas. Não utilizavam a eco-bag – pelo menos não nas compras do mês – porque a consideravam inadequada para o transporte de grandes quantidades de produtos.

Depois de muita conversa, encontramos um substituto à altura: caixas de papelão, opção que já está sendo oferecida por alguns supermercados. Eles aceitaram, então, o desafio de ir ao supermercado sem gastar uma única sacolinha. Conto, a seguir, como foi a experiência.



Meus pais são clientes fiéis do supermercado X – que, inclusive, vende eco-bags, incentiva os consumidores a não utilizar sacolas plásticas e disponibiliza as tais caixas. As compras transcorreram normalmente. Mas, ao chegar ao caixa, não encontraram as embalagens de papelão. Perguntaram à atendente, mas ela respondeu que não havia nenhuma disponível.

No entanto, nosso casal consumidor se lembrou de ter visto algumas caixas vazias na seção de hortifruti. Com a permissão do caixa, foram buscá-las para guardar seus produtos. Novo problema: não encontraram fita empacotadora para vedar o fundo das caixas. (Vale lembrar que elas estavam desmontadas e, sem fita, era bem possível que voltassem a se desmontar.) Novo pedido à atendente. Aguardaram um tempo, mas ninguém conseguiu essa fita.

Enquanto isso, a fila do caixa aumentava. Provavelmente os outros clientes pensaram: “Será que vai demorar para estes ecochatos saírem daqui?”. Dada a situação, meus pais desistiram da tal fita empacotadora e levaram as caixas para o carro do jeito que estavam. Mas ainda tem a “cena” final... Meu próprio pai relata o que aconteceu em seguida:

“Ao tirar as caixas do carrinho de supermercado para colocar no porta-malas, o fundo de uma delas abriu e os produtos vazaram totalmente. Daí, montamos novamente o fundo da caixa e reacomodamos os produtos. Por sorte, nesta caixa rompida não havia nenhum produto quebrável. Apesar da boa experiência, a situação nos deixou um pouco constrangidos e meio com cara de ETs.”

O importante é que eles puderam, finalmente, se livrar das sacolinhas! Fotografei as compras como uma prova deste pequeno relato. Só que a história, que pode acontecer com qualquer brasileiro, está longe de ter um fim. Ficam as seguintes questões para reflexão:

  • Os supermercados estão preparados para atender o consumidor consciente?
  • A eco-bag é uma solução viável para grandes compras?
  • A postura “ecológica” de alguns estabelecimentos não seria mero greenwashing?
  • Você já passou por uma situação parecida?
Fiquem à vontade para responder nos comentários.

Enquanto isso, ainda tem gente defendendo o uso das sacolinhas... (vídeo via Verde Dentro)



Por Felipe Saldanha