sexta-feira, 31 de julho de 2009

Telhados brancos contra o aquecimento global


Do The New York Times/Terra via Menos Carbono:

Estudos demonstram que a presença de telhados claros reduz os custos de ar condicionado em 20% ou mais nos dias ensolarados. O consumo de energia mais baixo que isso propicia significa redução nas emissões de dióxido de carbono que contribuem para o aquecimento global.

Além disso, um telhado branco pode custar apenas 15% a mais do que as versões escuras, a depender dos materiais utilizados, e ao mesmo tempo permitir uma redução nas contas de eletricidade. O secretário da Energia dos Estados Unidos, Steve Chu, ganhador de um prêmio Nobel de Física, vem difundindo o uso de telhados claros, no país e no exterior. "Telhados brancos", foi o conselho que ele deu à audiência televisiva do programa Daily Show, da Comedy Central, na semana passada.

O cientista Chu diz que seu heroi é Art Rosenfeld, um membro da Comissão Estadual de Energia da Califórnia que está em campanha pelos telhados brancos desde os anos 80, e o argumento de Rosenfeld é o de que se todos os telhados do mundo fossem claros, isso poderia representar uma redução do equivalente a 24 bilhões de toneladas em emissões de dióxidos de carbono, nos próximos 20 anos. (...)

A física dos telhados claros é simples: o sol propicia tanto energia quanto calor, e o calor do sol é absorvido com facilidade por cores escuras. (Em um dia de verão, os telhados cobertos de piche usados em Nova York podem atingir temperatura de mais de 80 graus.) Já as cores mais claras refletem porção considerável dessa radiação, o que ajuda a manter edifícios - e, em termos mais amplos, cidades e o planeta- mais frios. E eles também re-emitem parte do calor absorvido.

Ao contrário das soluções de alta tecnologia para reduzir o uso de emergia, como iluminação por LEDs, os telhados brancos têm uma história longa e humilde. Casas em climas quentes costumam ser caiadas de branco há séculos.
Foto: The Renewable Planet

terça-feira, 28 de julho de 2009

Sacolas plásticas em alta?


Atualizado em 29 de julho de 2009

Ecobags fora do “gosto” popular [1]

Criadas com o propósito de diminuir o uso de sacolas plásticas descartáveis, a nova tecnologia [das ecobags] ainda não encontrou espaço suficiente para se impor perante os velhos sacos plásticos, que passaram de símbolos da modernidade, nos anos cinquenta, a vilãs do meio ambiente em pouco mais de meio século. Ao contrário das sacolas plásticas, as ecobags podem ser utilizadas mais de uma vez, são laváveis e não agridem o meio ambiente.

As sacolas retornáveis podem substituir até oito sacolas plásticas e suportar até 15 quilos, o que neste caso significa a economia de 4,8 milhões de embalagens plásticas e seu descarte no meio ambiente. Calcula-se que cerca de 90% dos sacos de plástico acabam em lixeiras, como resíduos, ou como contentores de desperdícios. No total, são produzidas, aproximadamente, 210 mil toneladas de plástico filme, matéria-prima das sacolas, que se tornam cerca 10% de todo o detrito do País.

Mesmo com todos os benefícios, pouco se vê pessoas utilizando as ecobags nos supermercados. A pouca praticidade, preços dos produtos e antigos hábitos são alguns dos motivos que os resistentes alegam para não aderir às retornáveis. No entanto, a utilidade e importância delas são indiscutíveis. A oficial de justiça, Erika Braga, de 32 anos, por exemplo, sabe da necessidade de preservar o meio ambiente, se diz a favor e até defende da proposta das sacolas retornáveis, entretanto, admite que não as usa. “Eu até tenho ecobags, uso para tudo, menos para fazer feira”, explicou Erika, que acha as sacolas interessantes para pequenas compras e não para grandes feiras, por questão de acomodação dos produtos.

Um milhão de sacos são consumidos por minuto [2]
Calcula-se que, atualmente, cerca de 150 sacos plásticos são produzidos por ano, por pessoa. A taxa mundial de consumo de sacos eleva esse universo de sacolas plásticas para 500 bilhões ao ano, o equivalente a 1,4 bilhão por dia, quase um milhão por minuto. No entanto, não são esses números que preocupam. O mais preocupante é que apenas 0,6% de todas essas sacolas plásticas são recicladas. Além disso, por não serem produtos biodegradáveis, o tempo que elas demoram a se decompor completamente na natureza é de, aproximadamente, 400 anos.

As notícias são da Folha de Pernambuco [1, 2] via AmbienteBrasil.

UPDATE: ainda dentro do assunto, veja o vídeo abaixo (via Meme de Menos é Mais)



UPDATE 2: É incrível a quantidade de informações disponíveis sobre o assunto. Leia o post do BlogAr Puro: Uma boa e uma má notícia sobre sacolas plásticas.

+ sobre sacolas plásticas no Blog do Jogo Limpo:
Um dia sem sacolas!...
Sacolas plásticas em baixa
Sacolas plásticas continuam em baixa

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Testes em animais: "de partir o coração"


"Você sabia que incontáveis camudongos, ratos e coelhos sofrem e morrem todos os anos em experimentos cruéis e sem propósito envolvendo testes de produtos? Eles morrem sozinhos e na dor sem nunca ter experimentado um carinho ou uma voz gentil. Testes em animais partem o coração."

É com essa mensagem que a PETA (People for the Ethical Treatment of Animals - Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) abre a home page da sua campanha, que visa juntar esforços por uma ação de impacto contra os testes de laboratório em animais. Neste link é possível ter acesso a uma lista de empresas que realizam tais testes.

Segundo o site, "a boa notícia é que você pode fazer a diferença simplesmente comprando produtos cruelty-free [livres de crueldade], como xampus, maquiagem, desodorante e muitos outros". Veja como identificar estes produtos nesta reportagem do G1 (leia trechos):

Os cosméticos são tão presentes no dia-a-dia das amigas Juliana Eliezer, de 30 anos, e Luciane Zardo, de 28 anos, quanto as três refeições diárias. Assim como as duas se preocupam com a qualidade da comida, elas passaram a ter um novo hábito ao comprar cosméticos: olhar o rótulo dos xampus e hidratantes para ver se o fabricante testa o seu produto nos animais. (...)

“Se eu tenho a opção de um similar que não é testado em animais, fico com ele. A não ser que a diferença de preço seja exorbitante, algo que realmente eu não possa arcar sem prejudicar o meu orçamento”, afirma Juliana.

A amiga Luciane pensa do mesmo jeito. “Dou preferência, pois, se há produtos semelhantes, porque preferir um que é testado?”, diz a jovem. A dupla de São Paulo, que mantém o blog sobre cosméticos “Vende na Farmácia?”, deixa claro que não é tão rigorosas na escolha, apenas que isso “é só uma pequena atitude” diante das prateleiras.
Foto: PETA/Divulgação

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Menos CO2 = Mais $$$


Da Envolverde:

Algumas das empresas mais bem conceituadas do mundo participaram da reunião dos líderes do G8 na Itália, neste mês de Julho, para discutir um acordo climático global, a ser fechado até o final de 2009, e definir metas ambiciosas para reduzir as emissões de carbono.

Dezenove empresas líderes de mercado – incluindo a Johnson & Johnson, Nike, Lafarge, Tetra Pak, Nokia, HP, e Coca-Cola – se uniram ao WWF, a maior organização de conservação do mundo para anunciar uma nova campanha para que os governos e os legisladores “Permitam o Início da Economia Limpa” (Let the Clean Economy Begin).

“Tradicionalmente, os governos definem metas ambientais para as empresas,” comentou Oliver Rapf, presidente do WWF Climate Business Engagement. “Desta vez, muitas das empresas líderes mundiais já estão à frente nesta questão e estão exigindo que os governos apresentem um modelo criterioso para reduzir as emissões de CO2 em todo o mundo.” (...)

“O G8 se refere às economias e aos negócios de sucesso,” disse o diretor geral internacional do WWF James Leape. “Os líderes do G8 precisam reconhecer que criar um futuro com baixa emissão de carbono é vital e essencial – para o planeta, para os negócios e para a economia global.”

A campanha ‘Defensores do Clima’, comentou James Leape, tem como foco a inovação e as soluções. “As empresas ‘Defensoras do Clima’ fizeram seus negócios crescer enquanto reduziam suas emissões. Elas provaram que o crescimento e a baixa emissão de carbono são mais do que compatíveis – eles se complementam. A mensagem das empresas ‘Defensoras do Clima’ para os políticos é: Nós conseguimos fazer isso – agora é a sua vez.”
Fonte: biewoef/stock.xchng

segunda-feira, 13 de julho de 2009

A biodiversidade e os governos: cadê a lição de casa?



Brasil descumpre meta para ambiente

Da Folha Online via AmbienteBrasil:

O Brasil está aquém das metas de preservação da biodiversidade que assumiu para 2010 dentro da CDB (Convenção sobre Diversidade Biológica), o mais importante acordo internacional para gestão da fauna e da flora do planeta. Em vigor desde dezembro de 1993, o tratado entra agora numa fase crítica sob o risco de virar uma peça de ficção, por culpa do Brasil e de outros países signatários.

No ano que vem, em Nagoya (Japão), os membros da convenção terão de mostrar se fizeram a lição de casa. Um dos indicadores para saber se a CDB vem sendo seguida nas nações que assinaram o texto é o conjunto de metas que cada uma delas definiu para si.

O Brasil apresentou suas metas em 2006. Duas delas são até ambiciosas - zerar o desmatamento da mata atlântica e reduzir em 75% o desmate amazônico -, mas não serão cumpridas. O país provavelmente será cobrado pelo cumprimento daquilo que foi colocado no papel.


"Mundo inteiro" falhou em metas para ambiente, afirma ministério

Também da Folha Online via AmbienteBrasil:

Braulio Dias, diretor de conservação da biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, diz que o governo atualmente está em fase de coleta e sistematização de dados para, depois, concluir o balanço do sobre cumprimento de metas nacionais na CDB (...)

Mesmo com informações incompletas, ele diz que "no mundo inteiro a gente já sabe que não vai atingir as metas". Porém, afirma que houve avanços em algumas áreas. (...)

Dias diz que hoje não há condições favoráveis no país para atingir as metas. "É uma guerra que estamos perdendo antes de começar." Segundo ele, é preciso criar mecanismos econômicos para premiar quem preserva a biodiversidade, como o pagamento por serviços ambientais.

Ele critica, ainda, a tentativa dos ruralistas de alterar o Código Florestal e deixá-lo menos rigoroso, legalizando o desmate de parcelas maiores de terra. "É incrível que, num país como o Brasil - um país que possui agricultura moderna, tecnificada - exista apoio da bancada ruralista no Congresso Nacional para destruir o Código Florestal", diz. "Isso é dar um tiro no pé."

sexta-feira, 10 de julho de 2009

De Duprat a Obama



Procuradora pede suspensão contra artigos da "MP da grilagem"

Se a Medida Provisória 458 é um retrocesso para os ambientalistas, pelo menos sua consolidação, ao que parece, não acontecerá facilmente. A procuradora-geral da República em exercício, Deborah Duprat, conhecida como defensora de grupos indígenas e minorias étnicas, levou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra três artigos da MP.

Segundo Duprat, a nova lei "deixou de proteger adequadamente a floresta amazônica brasileira, bem como os direitos de minorias étnicas como os povos indígenas, os quilombolas e as populações tradicionais que habitam a região". As informações são da Agência Estado via Yahoo! Notícias:

De acordo com a procuradora-geral, esses artigos criaram brechas na MP que "favorecem grileiros que se apropriaram de forma ilícita de vastas extensões de terra pública". Ela ainda afirma que muitas das posses obtidas por meio de grilagens foram obtidas sob o emprego de violência, destruição do meio ambiente e uso de trabalho escravo.


Países ricos querem impedir mudanças climáticas, mas não criam plano de ação

Da EFE via Yahoo! Notícias:

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, admitiu hoje [9] que "não será fácil" avançar na questão do clima e que persistem as diferenças entre as principais economias mundiais em relação às medidas a serem aplicadas contra a mudança climática.

Dentro da cúpula do G8 (os sete países mais ricos e a Rússia), Obama presidiu uma reunião do Fórum das Maiores Economias. Nela, os países desenvolvidos e emergentes concordaram em impedir que a temperatura média do planeta suba mais de 2°C. Porém, não fixaram porcentagens quanto à redução das emissões de gases poluentes.

Da France Press via G1:

Mas, apesar das palavras contundentes, a declaração não dá indicações sobre como esse objetivo deva ser atingido, não estabelecendo qualquer meta ou compromisso conjunto nem prevendo financiamento para desenvolvimento limpo das economias mais pobres.

Por causa disso, foi duramente criticada pelos principais grupos ambientalistas, entre eles o Greenpeace e o WWF, para os quais os países ricos "precisam mostrar a cara da verdade, além de liderança real e compromissos financeiros sólidos; não declarações de consolo."

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Empregos verdes: solução para a(s) crise(s)?



Da Envolverde/ANDI Mudanças Climáticas:

A crise financeira mundial e a oportunidade de transição para uma nova economia menos carbono intensiva são temas que vêm sendo intensamente discutidos no cenário internacional. A economia verde surge como estratégia inadiável em um cenário no qual as mudanças do clima ditam a necessidade de remodelação de mercados, negócios e tecnologias. Entretanto, a urgência de medidas efetivas segue contrastando com o lento ritmo das ações implementadas pelos países. (...)

Brasil na contramão?

“As medidas do governo brasileiro para evitar mais impactos da crise financeira não consideram a questão ambiental”, avalia o diretor de políticas públicas do Greenpeace, Sérgio Leitão. Ele destaca que o país está perdendo uma grande oportunidade de estimular a chamada economia verde e de fato promover o desenvolvimento sustentável.

“O governo poderia, ao mesmo tempo, incentivar o emprego e também impulsionar uma economia moderna, que é aquela com baixo consumo de eletricidade, menos carbono intensiva”, aponta o ambientalista.

Na opinião de Leitão, o Brasil só visualiza o lado econômico da crise, sem identificar as possibilidades que podem gerar menos impacto. “As medidas adotadas para fortalecer a indústria automobilística, por exemplo, também poderiam incluir ações compensatórias do ponto de vista ambiental. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) poderia ter sido condicionada à maior rapidez no desenvolvimento e na produção de motores adaptados a diesel menos poluente”, critica.

Compromisso brasileiro

“O presidente Lula esteve em Genebra e se comprometeu, ao assinar termo de cooperação com a OIT, a implementar o Plano Nacional de Trabalho Decente, o qual traz uma série de iniciativas visando os empregos verdes. Podemos afirmar que este é o primeiro compromisso oficial do governo para incentivar esse tipo de trabalho no país”, explica Paulo Sérgio [Muçouçah, coordenador de Programas de Trabalho Decente e Empregos Verdes da OIT].

Leia também: Brasil avança rumo a criação de trabalho decente e empregos verdes

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Enquanto isso, nos Estados Unidos...


Califórnia/EUA tem autorização para limitar emissões de CO2

Do Estadão Online via Ambiente Brasil:

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos deu sinal verde para o Estado da Califórnia impor rigorosas limitações para as emissões de gases estufa de veículos automotores.

A Califórnia, o Estado mais populoso dos Estados Unidos, brigou com a agência pela questão durante anos. A aprovação anunciada nesta terça-feira (30) é necessária para que a lei contra a poluição de 2004 possa ter efeito. A lei exige que a eficiência energética dos veículos aumente 40% até 2016, para uma média de 15 quilômetros por litro.

Lei para mudança climática pode ser aprovada nos EUA

Com informações do Estadão Online e da Folha Online via AmbienteBrasil:
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou, na sexta-feira, 26, uma lei que exigirá que grandes empresas reduzam suas emissões de dióxido de carbono e outros gases associados ao aquecimento global em 17% até 2020 e 83% até 2050, a partir dos níveis de 2005. A lei inclui um sistema pelo qual as empresas poderiam comprar e vender permissões para emitir gases, a partir de seus limites individuais.

Mas a lei americana, após passar pelo Congresso, ainda precisa passar pelo Senado para ter a aprovação final.

Para a secretária brasileira de Mudança Climática, Suzana Khan Ribeiro, o projeto de lei americano está aquém da ambição que deveria ter. "Significa que em 2020 eles vão continuar emitindo tanto CO2 quanto em 1990."

Porém, ela afirma que "é um fator muito positivo eles se mexerem". "É um avanço enorme em relação ao ano passado, quando o governo dos EUA dizia que não acreditava em aquecimento global."

Obama quer lâmpadas mais eficientes nos Estados Unidos

Da Folha Online via AmbienteBrasil:
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, determinou na segunda-feira (29) que o país adote novos padrões de eficiência para lâmpadas e equipamentos de luz a partir de 2012. (...) A lei aprovada na Câmara dá a Obama um argumento para afirmar a liderança dos EUA contra o aquecimento global na próxima cúpula do G8, na Itália. Mas a vitória pode ser de curta duração. O Senado deve modificar a lei.

Foto: isynoho/Flickr