sexta-feira, 30 de julho de 2010

Um passarinho me contou...


Confira os principais links que passaram pelo @JogoLimpo nesta semana.


...que os seres humanos contribuem para o aquecimento global há 15 mil anos.

Reportagem da revista ISTOÉ mostra uma pesquisa de cientistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, que revela que o homem provoca mudanças climáticas há milênios. A extinção dos mamutes – que teve uma ajuda da ação humana – permitiu maior disseminação de árvores (antes, elas eram derrubadas por estes animais para sua alimentação), retendo maior quantidade de calor na Terra e aumentando a temperatura das regiões temperadas. Leia mais.


...que as indústrias de cosméticos estão se tornando mais ecológicas.

Outra reportagem da ISTOÉ apresenta casos de fábricas do ramo que estão investindo em certificações, policiando seus processos industriais, utilizando ingredientes naturais e orgânicos, evitando testes em animais, preocupando-se com os fornecedores de matéria-prima, buscando energias limpas e lançando embalagens de material reciclado. Leia mais.


...que supermercados de todo o Brasil estão investindo em sustentabilidade.

O Estado de S. Paulo mostra o que as redes de varejo estão fazendo para ganhar o título de verdes, como apostar em técnicas de construção ecológica, oferecer produtos orgânicos e certificados e instalar centros de coleta seletiva para recolher lixo reciclável, pilhas e baterias, óleo de cozinha e até celulares usados. Uma prática que veio para ficar, segundo os entrevistados. Leia mais.


...que o petróleo que vazou no Golfo do México “sumiu”.

Notícia da AFP (via Portal Exame) questiona o destino de todo o óleo que vazou nos últimos três meses. Os tampões instalados não conseguiram recolher tudo e os esforços feitos para queimar o petróleo misturado com água não conseguiram limpar completamente o oceano. Bolsões negros se espalharam pelo mar e especialistas temem que o óleo esteja depositado nas profundezas do Golfo. Leia mais.


...que, em São Paulo, jogar lixo em lugar proibido sai caro.

Para combater as enchentes, uma nova lei aprovada na capital paulista multa em R$ 12 mil o cidadão que jogar lixo ou entulho em local proibido – antes, o valor era de R$ 500. Quem for pego em flagrante também poderá ter o carro utilizado no transporte do entulho recolhido e liberado apenas com pagamento de valor estipulado pelo município. Leia mais.


Foto: a seriema (Cariama cristata), que na verdade não é passarinho, é uma ave típica do Cerrado. Alimenta-se de lagartos, insetos, cobras e frutas. É terrestre e prefere andar a voar. (Créditos: chris.diewald/Flickr)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Vídeo: Glee + derramamento de óleo

Para lembrar que nós temos uma chance de deixar um mundo melhor para nossas crianças, este vídeo junta cenas do derramamento de óleo no Golfo do México com a música "Somewhere Over the Rainbow" (parte da trilha sonora do clássico filme "O Mágico de Oz"), na versão cantada pelo elenco da série musical Glee (exibida no canal pago Fox).

A iniciativa é da ONG americana EDF - Environmental Defense Fund (Fundo de Defesa Ambiental), que atua em parceria com empresas, governos e cidadãos com o objetivo de encontrar soluções práticas para problemas ambientais urgentes.





Leia também: Especial - A cronologia de um desastre

segunda-feira, 26 de julho de 2010

"A Amazônia pode prosperar no século 21?"


Este é o título de um post no blog Dot Earth (Ponto Terra), mantido por Andrew C. Revkin, ex-repórter do The New York Times e, atualmente, pesquisador na Universidade Pace (Nova York). No texto, Revkin - que já escreveu livros sobre a Amazônia e o aquecimento global - comenta sobre a conversa que teve com ecologistas da ONG Conservation International sobre desenvolvimento humano na floresta tropical.

O ex-jornalista questiona se a expansão das rodovias, a exploração de petróleo e o aproveitamento de rios para produção de eletricidade podem ser realizados sem provocar desmatamento, comprometer o patrimônio biológico e resultar em perda de culturas e espécies. Em seguida, Revkin afirma que "Estou convencido que o sistema de rios e florestas é durável o bastante - para não dizer expansivo o bastante - para continuar, e até mesmo prosperar, à medida que o Brasil e seus vizinhos desenvolvam suas economias".

Ele defende seu ponto de vista apontando, por exemplo, o fato de Manaus ter se tornado um centro de produção de alta tecnologia, mas reconhece haver problemas a serem resolvidos que podem levar à aceleração da degradação. Revkin também fala sobre os pontos abordados pelos ecologistas com quem conversou - a ameaça causada pelo projeto da usina de Belo Monte, as novas técnicas de recuperação da floresta e a inclusão de projetos de preservação nos sistemas de crédito de carbono.

A afirmação de Andrew Revkin, sozinha, sem contexto, é polêmica, uma vez que ele não deixou claro de que forma o Brasil e seus vizinhos poderiam promover esse desenvolvimento econômico. Sua frase poderia justificar tanto um projeto predatório, que continuasse explorando os recursos da Amazônia sem se preocupar com sua recuperação, quanto um projeto sustentável, que trouxesse benefícios para as comunidades locais e permitisse o uso da floresta de forma equilibrada e racional.

Lou Gold, blogueiro e ambientalista norte-americano que vive no Acre, acredita que a visão de Revkin é muito otimista. Como argumento, ele aponta um estudo recente do Banco Mundial que afirma: "Desmatamento zero é uma necessidade emergencial, embora insuficiente para evitar uma catástrofe". O Blog do Jogo Limpo já havia mostrado em abril que, apesar de a situação na Amazônia estar melhorando gradativamente, o problema do desmatamento ainda está muito longe de ser resolvido.

E você? O que acha da afirmação do ex-repórter do Times?

Imagem: Key Wilde/The Image Bank

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Festival premia obras sobre meio ambiente no cinema e na internet



A ONG carioca CIMA - Centro de Cultura, Informação e Meio Ambiente organiza neste ano o Green Nation Fest - Festival Ambiental de Cinema e Novas Mídias. O evento é aberto tanto para pessoas quanto para ntidades. O objetivo, segundo os organizadores, é “incentivar a produção de obras audiovisuais, criar ambientes de difusão e contribuir para o engajamento da sociedade em questões fundamentais para a manutenção e melhoria das condições de vida na terra”.

O Green Nation Fest selecionará obras que tenham como tema sustentabilidade ambiental e qualidade de vida, nas seguintes categorias: filmes, roteiros de ficção, microrreportagens, projetos arquitetônicos (já selecionados pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil no Rio de Janeiro), blogs, microblogs (Twitter), fotos e álbuns de fotos.

As inscrições podem ser enviadas no site do festival até o dia 30 de outubro. A seleção será feita por júri popular – os visitantes do site poderão escolher suas obras favoritas – e oficial – composto por personalidades e profissionais das áreas de meio ambiente e do audiovisual.

Os vencedores serão apresentados em uma feira interativa e sensorial sobre meio ambiente, que acontecerá na zona portuária do Rio de Janeiro (RJ) em novembro de 2010. No evento, o público terá a oportunidade de sentir diferentes sensações climáticas – desertificação, terremoto, degelo, queimada –, conhecer uma casa sustentável e assistir a filmes, aulas e um seminário sobre meio ambiente.

Acesse o site do Green Nation Fest.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Um Woodstock verde(-amarelo)



Um movimento de conscientização em prol da sustentabilidade, que fala a língua dos jovens, prega a cultura do “faça a sua parte” e termina com um festival de música. Talvez lembre o Woodstock, mas com a ecologia no lugar do “paz e amor”, o Brasil no lugar dos Estados Unidos e o século XXI no lugar dos anos 60. Este é o SWU – Starts with you (Começa com você), criado pelo Grupo Totalcom, do publicitário Eduardo Fischer.

A iniciativa bate na tecla da mobilização individual e busca ir contra o discurso “ecochato”, como se pode ver no site oficial:
Um movimento para aproximar pessoas que têm ao menos uma preocupação em comum e sentimentos parecidos. Um movimento para juntar pessoas que querem começar a agir. E também para sensibilizar quem está ocupado demais com mil coisas e até agora não parou pra pensar nesse assunto. Um chamamento à ação. Mas sem apelar para o medo ou a culpa. Um movimento com o jeito brasileiro: irreverente, alegre, leve. Afinal, quem disse que só porque um assunto é sério ele que precisa ser chato? (negrito nosso)
A página do movimento mostra um painel de dicas, no qual os usuários podem postar suas próprias sugestões e indicar quais atitudes seguem. A aproximação com os jovens é reforçada pela presença das redes sociais – essa é uma aposta da campanha para divulgar o movimento. O festival que fecha as ações – batizado de SWU Music and Arts Festival – será realizado de 9 a 11 de outubro em uma fazenda no município Itu (SP). São esperadas 300 mil pessoas. Entre as atrações musicais, nomes reconhecidos, como o Linkin Park.

No festival, também será realizado o Fórum Sustentável, com convidados nacionais e internacionais, abordando questões como economia verde, inclusão social e a relação entre jovens e meio ambiente. Os organizadores prometem que os participantes poderão interagir por SMS e Twitter. Haverá ainda workshops e uma mostra de artes, com o artista plástico Eduardo Srur como curador. Em março de 2008, Srur instalou garrafas PET gigantes em uma intervenção às margens do Rio Tietê, em São Paulo (SP).


Várias ações são planejadas para amenizar o impacto ecológico do festival, abrangendo a construção da cenografia, a equipe (que receberá noções de educação ambiental), o transporte e a coleta do lixo – que será triado em uma central montada no local, para mostrar ao público como funciona o processo, e encaminhado para cooperativas de reciclagem.

Os ingressos começam a ser vendidos amanhã (13 de julho). Os preços variam entre R$ 240 e 640 por dia e podem ser adquiridos na internet ou em pontos de venda espalhados pelo país (inclusive em Uberlândia). A classificação etária é 18 anos – menores de idade não podem entrar nem acompanhados de responsáveis.

Visite o site do evento.

Opinião: a iniciativa se destaca pela organização, os parceiros de peso e o foco no público jovem. A crítica fica por conta de dois fatores. Primeiro: o preço do ingresso, elevado, e a restrição à entrada de menores de idade. Ambos os fatores podem limitar o alcance da ação. Segundo: uma fabricante de cerveja é patrocinadora do evento (embora o guia de informações do evento proíba a entrada de bebidas). Quando o assunto é sustentabilidade, algumas atividades não são compatíveis e podem contribuir para o greenwashing. Este seria um exemplo?

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Recicle sua rotina: velhos hábitos viram novidade


Há quem diga que o futuro não está no desenvolvimento sustentável, mas sim no regresso sustentável, ou seja, em mudar a rotina retomando velhos hábitos, de forma a diminuir o ritmo do cotidiano e, consequentemente, da exploração de recursos naturais. Nem todos concordam, mas, de fato, algumas práticas que nossos pais ou avós tinham estão voltando a entrar na moda, de acordo com o site estadunidense The Daily Green (TDG).

Segundo Ann Mack, da JWT Intelligence (agência de comunicação), os EUA estão assistindo ao nascimento de uma cultura racional pós-crise que, de forma não intencional, respeita o meio ambiente. “Quanto mais pessoas abraçarem essas maneiras de economizar dinheiro e exercer criatividade, mais esse comportamento acidentalmente verde vai se tornar enraizado”, afirma.

Veja as principais tendências que o site aponta. A lista completa, em inglês, pode ser vista aqui.

Cozinhar em casa
A recessão inspirou mais pessoas a cortarem despesas para comer fora e se familiarizar de novo com suas cozinhas. Isso foi reforçado com o movimento pela comida local e o aumento dos ingredientes de qualidade. Segundo o TDG, aulas de culinária e livros de receitas serão os melhores presentes do ano.

“Fazenda no quintal”
A primeira dama dos EUA, Michelle Obama, fez o movimento pela agricultura doméstica ganhar força em 2009, quando ela plantou uma bela horta orgânica no Gramado Sul da Casa Branca. O The Daily Green, no entanto, pergunta: a primeira-dama está preparada para galinhas ou cabras? Os adeptos da “fazenda em casa” estão inovando por voltar a um tempo em que toda casa tinha um galinheiro. Já existem até criadores urbanos de abelhas. De acordo com o site, não vai demorar muito até o gado se juntar às galinhas nas “roças de quintal” do futuro.


Bicicletas
Elas nunca saíram de moda, mas a proliferação de ciclovias, parques adaptados para o ciclismo e vagas para bicicletas nas cidades estadunidenses tem feito a compra e o uso das magrelas ser mais fácil do que nunca. Bicicletas e outras formas de transporte local se tornarão mais comuns à medida que os benefícios para a saúde e a economia continuem a crescer nas cidades amigas do ciclista.

Varal
É o retorno das tecnologias simples e inteligentes. Por mais singelo que um varal seja, ele seca suas roupas sem o uso da eletricidade. “Ativistas ambientais em todo os EUA e Canadá estão trabalhando para tornar seguro (e legal) para as pessoas economizar energia pendurando as roupas para secar”, disse Mack. Legal? Sim. Algumas comunidades nos EUA não permitem que seus moradores deixem roupas no viral (saiba mais – em inglês).

Voluntariado
A recessão abriu os olhos de muitas pessoas para a fragilidade do dinheiro. Além disso, fez com que as pessoas ficassem com mais tempo livre, mesmo sem querer. Ajudar a comunidade era, há tempos, um modo de vida nas pequenas cidades: o açougueiro local era também o bombeiro, a dona de casa era a professora... O voluntariado resiste, portanto, as pessoas devem continuar sendo generosas no seu tempo livre, mesmo porque assim é mais fácil preenchê-lo.

Carros usados
Os carrões ao estilo dos velhos modelos do Salão de Detroit estão ultrapassados, e a venda de carros elétricos ainda é tímida. Por isso, segundo o TDG, a próxima tendência em matéria de carros são os carros usados. Com os orçamentos apertados e as montadoras se recuperando da crise, o consumidor norte-americano deve procurar carros mais velhos que sejam confiáveis e economizem combustível.

Adaptado e traduzido do The Daily Green.


Fotos: coralsea e mailsparky/stock.xchng