quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Em 2011, nós desejamos que você...


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Via OPA - Organização para a Proteção Ambiental.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Retrospectiva Verde 2010: dez fatos que marcaram o meio ambiente [Parte 2]

Continuação da retrospectiva exclusiva publicada na terça (21).

Clique aqui para ler a primeira parte!


5: Eleição de Dilma

A primeira mulher presidente do Brasil foi eleita no dia 31 de outubro, conquistando 56% dos votos válidos. Durante sua campanha, Dilma Rousseff (PT) lançou os 13 Compromissos com a Política Ambiental e incluiu no seu programa o item “Defender o meio ambiente e garantir um desenvolvimento sustentável”. No seu primeiro discurso após os resultados das urnas, afirmou: “Vamos buscar o desenvolvimento de longo prazo, a taxas elevadas social e ambientalmente sustentáveis” e “A visão moderna do desenvolvimento econômico é aquela que [...] convive com o meio ambiente sem agredi-lo”.

Leia mais: Dilma venceu. E agora?


4: Candidatura de Marina Silva

Em meio a uma disputa polarizada entre os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), a ex-Ministra de Meio Ambiente se lançou como candidata pelo Partido Verde (PV) com a difícil missão de conseguir votos não só do movimento ambiental como de toda a sociedade. Posicionou-se como “terceira via” e levantou a sustentabilidade como principal bandeira de campanha, tomando o cuidado de que seu programa de governo não virasse um “samba de uma nota só”. Começou a campanha desconhecida de grande parte do público brasileiro e se saiu melhor nos discursos ao vivo que na televisão. Terminou com uma porcentagem expressiva de votos – depois de uma subida significativa na última semana antes do pleito – e foi, talvez, a principal responsável por colocar “meio ambiente” em pauta nessas eleições.


3: Novo Código Florestal

Um projeto de lei do Deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP) propõe mudanças no Código Florestal e foi alvo de forte polêmica entre ambientalistas e ruralistas. Algumas das principais propostas são possibilitar aos estados diminuir áreas de preservação, isentar pequenos produtores da obrigatoriedade de respeitar percentuais de reserva legal, legalizar a situação de 90% dos produtores rurais (o que é considerado uma “anistia aos desmatadores”) e diminuir a área mínima de mata ciliar. Apesar de deputados terem tentado o regime de urgência, o projeto só deve ser votado em plenário no ano que vem.

Leia mais: Novo Código Florestal: ambiente em perigo?


2: COP16

Esta é a sigla de Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Um nome tão grande quanto o desafio: aprovar um acordo internacional para controlar o aquecimento global. Sua antecessora, a COP15, realizada em dezembro do ano passado e aguardada com grande expectativa, foi considerada um fiasco. No entanto, a conferência de 2010 surpreendeu por aprovar um pacote com propostas sólidas – como a criação de um Fundo Verde e a aprovação do mecanismo de REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação) – e aprovação de todos os países, menos da Bolívia.

Leia mais: Cobertura especial - COP16


1: Derramamento de petróleo

O acidente no Golfo do México foi a maior tragédia ambiental da história dos Estados Unidos. A British Petroleum (BP), responsável pela plataforma que explodiu e naufragou, teve suas ações fortemente desvalorizadas e gastou bilhões de dólares na recuperação e pagamento de indenizações. Todo o ecossistema local e as atividades pesqueiras e turísticas foram afetadas. O vazamento total chegou a 4 milhões de barris de petróleo e atingiu quatro estados da costa. Depois do episódio, o presidente Barack Obama aprovou uma política marítima mais rigorosa.

Leia mais: Especial - A cronologia de um desastre

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Retrospectiva Verde 2010: dez fatos que marcaram o meio ambiente


2010 foi um ano em que a ecologia marcou a política. No Congresso, propostas ambientais foram aplaudidas, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos, e vaiadas, como o Novo Código Florestal. Nos EUA, Obama teve de enfrentar o seu maior desafio como presidente. No México, líderes globais surpreenderam por dar um passo significativo na luta pelo clima. Nas eleições brasileiras, temas tradicionais como emprego e educação abriram espaço para a agenda verde. Mas outras áreas, como ciência e cultura, também continuaram a ser influenciadas pela sustentabilidade. Confira na primeira parte da retrospectiva exclusiva do Blog do Jogo Limpo.



10: Shows ecológicos

Quando começou a ser divulgado, o SWU – Starts with you, mistura de show com movimento, bateu na tecla da mobilização individual e foi contra o discurso “ecochato”. O festival, além de apresentações musicais de peso, contou com um fórum de sustentabilidade. Várias ações foram planejadas para amenizar os impactos ambientais do evento, abrangendo do transporte à coleta de lixo. Se o show foi de fato sustentável, esta é outra história. (O E Esse Tal Meio Ambiente? fez um bom post sobre o assunto.) O fato é que meio ambiente foi destaque também em outros festivais de música em 2010, como o Natura About Us, na capital paulista, e o EcoMusic, em Divinópolis (MG).

Leia mais: Um Woodstock verde(-amarelo)
Leia mais: “A água, o fogo, o ar e o pó...



9: Avatar

A explosão de filmes em 3D que começou este ano deve muito à Avatar, que atraiu milhões aos cinemas e se diferenciou não só por causa da incrível qualidade técnica, mas também pelo enredo com pano de fundo ambiental. O desenvolvimento que não esgota a natureza, o equilíbrio entre ecologia e economia e o fato de que os habitantes do planeta não são mais poderosos do que o próprio planeta são algumas das lições que podem ser aprendidas com a película. Não foi a primeira vez que o tema da sustentabilidade invadiu a telona: outro blockbuster de 2009, Wall-E, já abordava as questões da geração de lixo e da poluição.


Leia mais: Avatar e as fábulas do século XXI



8: Aquecimento global na berlinda

Logo após a COP15 e o seu resultado modesto, o tema das mudanças climáticas ganhou popularidade, mas ao mesmo tempo gerou-se uma onda de ceticismo. A situação foi agravada depois que o vazamento de mensagens de cientistas gerou rumores de que o impacto da ação humana no clima estava sendo supervalorizado. Porém, é considerado consenso científico que as mudanças são reais e intensificadas pelo homem. Sobre o ceticismo, Gilberto Câmara, diretor do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), afirmou: “É uma campanha orquestrada, do mesmo jeito que, nos anos 1960, os institutos de pesquisas associados aos grandes produtores de cigarro negavam insistentemente que havia risco à saúde ao fumar”.

Leia mais: Aquecimento global: um debate quente
Leia mais: Um debate quente: o retorno



7: Belo Monte

Com projeto para ser instalada na região conhecida como Volta Grande do Rio Xingu, no Pará, a Usina de Belo Monte pode ser a terceira maior do mundo em capacidade instalada, atrás de Três Gargantas, na China, e de Itaipu, na fronteira do Brasil com o Paraguai. Ambientalistas, membros da Igreja Católica e analistas independentes são contra a construção, que pode reduzir a vazão do Rio Xingu e reduzir a oferta de água para povos indígenas e comunidades ribeirinhas. O Ministério Público Federal ajuizou uma série de ações contra a usina e o Ibama ainda não concedeu a licença de instalação, de acordo com o G1.

Leia mais: Belo Monte: perguntas e respostas



6: Política Nacional de Resíduos Sólidos

Em agosto deste ano, o presidente Lula sancionou a Lei nº 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), depois de tramitar por 21 anos no Congresso. Segundo a lei, “resíduo sólido” é o lixo que pode ser reciclado ou reaproveitado antes de ser descartado definitivamente. A política proíbe os lixões, formaliza o trabalho dos catadores e incentiva práticas de educação ambiental. A lei prevê ainda mecanismos para evitar e reduzir a geração de resíduos sólidos.

Leia a continução da retrospectiva!

A retrospectiva continua com a segunda e última parte na sexta-feira (24).

Não perca!

sábado, 11 de dezembro de 2010

COP 16: sucesso?


A COP 16 aprovou, na madrugada de hoje (sábado, 11), um pacote de acordos com ações para combater as mudanças climáticas. Diante do fracasso de Copenhague, no ano passado, que aprovou apenas uma vaga carta de intenções, o resultado foi comemorado pelas delegações e considerado surpreendentemente positivo por ambientalistas. O pacote teve amplo apoio de 194 países, incluindo Brasil, Estados Unidos e China – só a Bolívia foi contra. Veja os principais detalhes:

Cobertura completa: comece por aqui - acompanhe todos os posts

Do contra – “A Bolívia apontou que as condições colocadas no texto, segundo parâmetros científicos, podem fazer o clima aumentar em mais 4 graus sua temperatura, o que seria inaceitável. O país se recusou a subscrever o pacote.” [2]

Sem força de lei – “Como já ficara claro mesmo antes do início da conferência, o ‘pacote balanceado’ aprovado em Cancún não tem caráter vinculante (de cumprimento obrigatório), nem faz com que países assumam novas metas concretas de redução de emissões.

No entanto, apesar de não ter tanta força, foi muito elogiado como uma peça que pode servir de base para avanços futuros, o que já é um avanço comparado com a estagnação oferecida pelo vago Acordo de Copenhague, aprovado na COP do ano passado.” [2]

“Com o Acordo de Cancún, crescem as expectativas de que a próxima reunião do clima, em Durban, na África do Sul em 2011, possa produzir um tratado legalmente vinculante, capaz de obrigar a comunidade internacional a cortar emissões de gases do efeito estufa e combater os efeitos das mudanças climáticas.” [3]

REDD – “Foi aprovado também, embora ainda sejam necessários ajustes para garantir o início de funcionamento, o mecanismo de conservação das florestas apelidado de REDD (sigla para redução de emissões por desmatamento e degradação).” [3]

Segundo a France Presse, o desmatamento provoca 20% das emissões de gases de efeito estufa no mundo.

Elogios – “Ao fim da sessão plenária que aprovou o acordo, ministros e negociadores não pouparam elogios ao resultado.

A presidente do encontro mexicano, a ministra do Exterior Patricia Espinosa, foi muito elogiada por proporcionar um processo marcado por transparência.

O encontro anterior, em Copenhague, foi marcado por desconfianças entre blocos de países, alimentados pela circulação de documentos 'secretos' que não haviam sido negociados por todos os participantes.” [3]

Fundo Verde – “Uma das partes do pacote retoma o compromisso aberto pelo Acordo de Copenhague, de que os países desenvolvidos financiariam ações de redução de emissões e adaptação às mudanças climáticas nos países em desenvolvimento, no valor de US$ 30 bilhões até 2012. Propõe ainda a formação de um fundo climático de US$ 100 bilhões ao ano até 2020. O Banco Mundial é convidado para ajudar a administrar ambos, pelo menos incialmente.” [2]

Kyoto: impasse – “As conversas tinham entrado em um impasse depois que Japão, Rússia e Canadá disseram não querer uma extensão no Protocolo de Kyoto, que obriga cerca de 40 países desenvolvidos a cortar suas emissões de gases causadores do efeito estufa e só vale até 2012.

Os países em desenvolvimento alegavam que as nações ricas tinham maior responsabilidade no combate ao aquecimento global e, portanto, deveriam estender o Protocolo de Kyoto sem forçar outros países com metas de emissões de gases, que limitariam a habilidade deles em estimular o crescimento econômico e diminuir a pobreza. Assim, as nações em desenvolvimento deveriam apenas diminuir o aumento de suas emissões, em vez de cortá-las.” [1]

Kyoto: estratégias – “O grupo que negociava a segunda fase de compromisso, liderado por Brasil e Reino Unido, apresentou um texto em que se reafirma a necessidade da renovação do protocolo, ponto que nações como Japão e Canadá antes questionavam, mas sem assumir de fato o acordo. O texto diz que a questão deve ser definida 'o mais rápido possível', a tempo de não permitir que os países desenvolvidos fiquem sem metas de redução de emissão de gases-estufa.

Para o negociador-chefe brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, essa saída 'dá um novo impulso às negociações para superar esse momento menos positivo'. A renovação do protocolo era um ponto defendido pelo Brasil, assim como por todo o G77, grupo dos países em desenvolvimento do qual faz parte. 'Quando está num momento ruim de uma negociação, você não a termina. Você adia para dar mais tempo para buscar uma saída melhor', acrescentou.” [2]

Fontes: Reuters [1], G1 [2] e BBC [3] (via G1).

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Enquanto isso, na COP 16...


Do G1 via AmbienteBrasil:

Governos de quase 200 países tentavam na quarta-feira (8) superar o impasse entre países ricos e pobres a respeito das medidas necessárias para combater o aquecimento global e evitar um novo fracasso numa conferência climática da ONU, a exemplo do que ocorreu no ano passado em Copenhague.

A atual conferência tem sido dominada pela questão da prorrogação do Protocolo de Kyoto, que impõe reduções nas emissões de gases do efeito estufa a cerca de 40 países desenvolvidos, poupando as nações em desenvolvimento. Japão, Canadá e Rússia dizem que não aceitarão prorrogar o tratado, que expira em 2012, se grandes nações emergentes, como China e Índia, também não tiverem obrigações a cumprir. (...)

Um dos objetivos dos negociadores é estabelecer um novo fundo financeiro para ajudar os países em desenvolvimento a combaterem a mudança climática, além de aprovarem mecanismos relacionados a proteção florestal e compartilhamento de energias limpas.

Se nem esses passos modestos forem dados em Cancún, será praticamente a repetição da conferência de Copenhague, que começou sob a expectativa de um novo tratado de cumprimento obrigatório para todos os países – mas terminou apenas com uma vaga declaração por parte dos principais governos, comprometendo-se a limitar o aumento da temperatura média global em 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Papai Noel faz pronunciamento e promete ajudar o planeta



A Rede Smart de Supermercados lançou o Movimento Pelo Planeta na comemoração de seus 10 anos para mostrar que nossas atitudes fazem a diferença e geram transformações na busca por um mundo melhor. E, neste Natal, a Rede Smart continua nesta luta sustentável.

Devido ao aquecimento global, a Santa Claus Toy Distribution (fábrica de brinquedos do Papai Noel) foi ameaçada pelo degelo polar. Motivado pelo vídeo “Discurso”, do Movimento Pelo Planeta, o transtornado velhinho percebeu uma grande oportunidade de fazer seu manifesto.

Ele resolve, então, vir ao Brasil divulgando ações de conscientização para ajudar o planeta contra os graves problemas ecológicos. Assim que chegar ao nosso país, o Noel vai distribuir prêmios e presentear com R$ 10.000 o projeto ambiental mais votado pelos internautas.

A OPA está concorrendo com o Projeto Jogo Limpo, que trabalha a Educação Socioambiental com crianças de escolas públicas. Precisamos do seu apoio. Acesse o site e vote, clicando em "Entrar" e, logo depois, no botão preto que está abaixo da marca da OPA. Divulgue também esta mensagem no Twitter:

Vote na @opaong com o Projeto @JogoLimpo! http://migre.me/2LEaf #movnoel

Acompanhe o trajeto do bom velhinho e saiba mais sobre o Movimento Pelo Planeta no site www.movimentopeloplaneta.com e no twitter @mov_peloplaneta.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A COP16 e o caçador solitário [EXCLUSIVO]

Por Samuel Silva - contribuição especial


Samuel Silva, que assim como o Pedro Soares é um dos 21 integrantes brasileiros do Programa Climate Generation, do British Council, fez um artigo sobre a COP16 com a sua visão sobre o evento. Confira!

A COP 16 de Cancun e a cabana de Dersu Uzala

Mais um final de ano vem chegando e renascem as esperanças de vermos os líderes mundiais concretizarem um acordo global para reduzir as emissões dos gases de Efeito Estufa.

Desta vez o belíssimo balneário de Cancun, no México, é sede da 16ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. De 29 de novembro a 10 de dezembro, a cidade hospeda a expectativa de não ser apenas conhecida como um lugar de praias paradisíacas, mas também por emprestar seu nome para o novo acordo mundial sobre mudanças climáticas, que substituirá o Protocolo de Kyoto, a partir de 2012. Pois, como rege a tradição diplomática, todo acordo internacional é batizado com o nome da cidade onde foi assinado.

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Durante 16 anos várias cidades viram suas expectativas se tornarem frustração. De Berlin na Alemanha em 1995 a Copenhagen na Dinamarca em 2009, somente Kyoto no Japão em 1997 estampou seu nome e esperanças em um acordo mundial sobre mudanças climáticas, que, infelizmente, vem patinando desde então. À época, os Estados Unidos de George W. Bush, que respondiam sozinhos por 22% das emissões mundiais dos gases do aquecimento global, acreditavam que diminuir suas emissões significaria recessão, desemprego, crise mundial e etc.

Bem, ele só esqueceu de murchar a bolha do sistema imobiliário.

Mas, e agora? Será que as atuais lideranças globais conseguirão escrever seus nomes nos livros de história, como aqueles heróis que conciliaram os interesses da política interna de seus países, com equilíbrio ambiental e desenvolvimento econômico mundial, o qual ainda se sustenta nos combustíveis fósseis (carvão mineral e petróleo)? Nesta difícil equação devemos acrescentar a economia da União Européia andando de lado, o todo poderoso Estados Unidos com previsão de crescimento anêmico em 2011, a China comunista, que não para de crescer, querendo colocar 400 milhões de pessoas na sociedade de consumo até 2020, e mais Brasil, Índia e Rússia com previsão de crescimento na casa dos dois dígitos.

Ou estes líderes serão os representantes de uma sociedade que consumiu os recursos do planeta de forma desenfreada, que cobriu o planeta com um cobertor de gases do Efeito Estufa e que se esqueceu de exemplos como o do solitário caçador asiático eternizado no filme Dersu Uzala, obra prima do cineasta Akira Kurosawa? Quando Dersu passa por uma cabana de descanso, às margens de uma trilha, ele para sua jornada por alguns instantes e começa a consertar seu telhado, repõe o estoque de lenha e, por fim, solicita ao chefe da expedição uma porção de sal, fósforo e arroz. Os soldados russos que faziam parte daquela expedição de levantamento topográfico na Sibéria riem daquela atitude insana do nativo, enquanto o capitão russo observa aquela cena e relata o ensinamento em seu diário:

“Dersu mostra toda sua nobreza ao se preocupar com os próximos hóspedes desta cabana sem se preocupar em conhecê-los.”

Bem, quanto às pretensões do balneário mexicano, já me parecem devaneios.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

COP16: "Os seres humanos passaram a se sentir superiores" [EXCLUSIVO]

Por Pedro Soares, direto de Cancun, México - contribuição especial


Conforme esperado no início do evento, as negociações pouco avançaram até agora dentro da UNFCCC.

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Ontem, quarta-feira (01/12/2010) pelos corredores, se ouvia que o Japão havia declarado que se desligaria de qualquer compromisso para o segundo período do Protocolo de Quioto, caso Estados Unidos e China não se comprometessem e assumissem metas de redução de emissão a partir de 2012.

Os grupos jovens que estão dentro da COP (conhecidos como YOUNGO) estão organizando algumas ações para chamar a atenção do público da importância de chegarmos a um acordo global de redução de emissões. Estas ações ocorrerão sexta-feira e segunda-feira (sobre os mecanismos de REDD [Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal] e LULUCF – Land Use, Land Use Change and Forestry [Uso da Terra, Mudança no Uso da Terra e Florestas, na tradução livre]).


Chamou a atenção um side-event ontem, por volta das 20h15, que tratava sobre mudanças climáticas e espiritualismo. O evento contou com seis palestrantes de diferentes religiões e, diferentemente do que estamos acostumados a ver, estavam com um consenso: os seres humanos chegaram a um ponto de dominação da natureza e exploração dos recursos que passaram a se sentir superiores. Este sentimento de superioridade reflete na forma como lidamos com as questões ambientais e o pouco caso que fazemos com os impactos e cenários futuros advindos desta exploração desenfreada.

Ainda esta semana, está agendado um encontro dos Climate Champions com a Christiana Figueres, Secretária Executiva da UNFCCC.

Vídeos: Por dentro da COP 16 [EXCLUSIVO]


Pedro Soares, direto de Cancun, no México, enviou para o Blog do Jogo Limpo dois vídeos que mostram um pouquinho dos bastidores da COP 16. No primeiro, uma apresentação de mariachis, grupos de música que fazem parte da cultura popular tradicional do México. No segundo, algumas cenas do coquetel de abertura do evento.